Querido Til Hilde:

Lendo “A Tribuna Regional” de 09 a 15 de março corrente, deparei-me com mais uma de suas preciosas pérolas, em prosa e verso, sob o título “Meu Nascimento”, relatando com a  costumeira maestria algumas verdades incontestes de sua invulgar evolução, calcada no verdadeiro espiritualismo, que permitiu-lhe, enfim,  ser realmente feliz.

Emocionei-me também ao relembrar a extraordinária figura do Vovô Hildebrando, colocando-me no colo e dando-me as primeiras instruções para que me tornasse um ser livre das ataduras que escravizam a maioria dos seres humanos. Possibilitando-me também ser capaz de construir a saúde física, mental e  espiritual. E da bondosa vovó Conceição, complementando com ternura aqueles maravilhosos ensinamentos.

Adicionei os exemplos de honra  e dignidade deixados pelos seus diletos irmãos, Erasto, Ney, Priscila, Áquila, Paulo, Leocádio, Aristóbulo, Dinalberto e Fénelon. Fénelo, meu querido pai, biológico nesta existência corporal. Sua dedicação, sabedoria, discernimento, bondade, ternura e firmeza de opiniões; incorruptível, invergável, e como o senhor, amado pela esmagadora maioria das pessoas que tiveram a ventura de conviver com ele neste plano. Meu eterno mestre e guia, ainda hoje ao meu lado, orientando-me, dando-me orças, incentivando-me a continuar firme, dentro dos mesmos princípios e o quanto tenho desejado honrá-lo para merecer ter vindo à terra como seu filho e a proteção que me oferece.

Vislumbrei a enorme gama de amigos que angariamos neste vivenciar, como o próprio Aramis Gorniski, criador e mantenedor deste grande jornal, um verdadeiro gigante da comunicação, inquebrantável, à despeito de todas as vicissitudes que lhe  foram impostas pela vida material. Como corolário de tais qualidades, não perdia oportunidade para enaltecer ao Fénelon. E de ambos, sempre que possível, foi alvo da justa reciprocidade.

Compartilhei da sua felicidade, por entendê-la e também vivenciá-la. Ainda mais ao lembrar que a maioria dos “nossos” em maior ou menor dimensão, eram “poetas”.

Quis, então, dedicar ao senhor, Tio Hilde, aos avós, pais e tios, este singelo soneto:

ALMA DE POETA

Bendito sejas tu, capaz de vislumbrar

A luz sublime do iluminado

E em seus versos fazer retratar

O encantamento e o amor do apaixonado

Bendito sejas, também ao vivenciar

O sofrimento do desesperado

E em suas rimas sempre sublimar

O sentimento e a dor do desgraçado

Bendito sejas, poeta, em sua sina

Que acolhe todos e não discrimina

De nenhum dos seus irmãos os sentimentos

Bendito sejas, alma cristalina,

Que assimila a Criação Divina

Em todos os matizes e momentos.