Realizada durante a Semana Santa, a via-sacra é um ato litúrgico celebrado pela Igreja Católica para relembrar a paixão e morte de Cristo. Durante a cerimônia, enquanto o sacerdote lê trechos dos Evangelhos, os católicos meditam diante de uma série de quadros que representam as principais cenas da saga de Jesus.
Existem variações para a realização do ritual. Em algumas paróquias, em vez de os fiéis contemplarem imagens, eles assistem a encenações, como num teatro, que dão vida aos eventos. Esse é o caso da Lapa.
Até dez anos atrás na Lapa, na procissão da Via Crucis os homens carregavam uma grande cruz e a esquife com o Senhor Morto, enquanto o sacerdote rezava as orações de cada estação da via sacra e o povo acompanhava sem muita reflexão e contemplação.
Por idéia do Juarez do Anjos, que na época trabalhava na paróquia, em 2000 a procissão passou por uma mudança radical. Deixou-se de carregar a cruz e levar o Senhor Morto e passou-se a ter os quadros vivos de cada estação, para que houvesse maior reflexão do povo do real significado desse caminho.
É na via crucis que Jesus carrega nossos pecados, assume nossas dores e nos mostra que “quem crer nele, ainda que morto, viverá”.
Ainda existem os que vão a essa procissão porque acham bonito ou para conversar durante o trajeto. Mas, a maioria das pessoas que acompanha, vivencia a via crucis junto com aqueles que a encenam. O sofrimento de Jesus é compartilhado. No momento da Via Sacra vem à tona a emoção e a fé de cada cristão que tem consciência de que, ainda hoje, crucificamos o Filho de Deus, mas que só Ele é Ressurreição e Vida.
Seja como for, o objetivo é um só: valorizar as ações de Cristo e reconhecer a presença de Deus mesmo na dor e no sofrimento.
A via sacra não é apenas uma forma de olhar para o passado. É preciso aplicar sua lição nos dias de hoje. Esses quadros – ou estações, como são chamados – contam a trajetória de Jesus desde o momento do martírio, em que foi condenado por Pilatos, até o calvário. Aparecem em seqüência: a condenação, Jesus carregando a cruz, o encontro com Maria, a ajuda que recebeu de Simão Cirineu, as três vezes em que caiu, o consolo às mulheres de Israel, a ocasião em que Verônica enxugou seu rosto, o momento em que foi despido, sua crucificação, morte, a descida da cruz, seu sepultamento e, por fim, “o mistério da fé cristã: a ressurreição”. A última estação simboliza que a morte não é o fim de tudo. E ela acontece no domingo da Páscoa pela manhã.
A Via Sacra
Acompanhe a encenação! A apresentação acontecerá na Sexta-feira Santa, dia 02 de abril, às 19h, saindo da Matriz em direção ao Santuário de São Benedito, na Lapa.
Os quadros são apresentados por integrantes do Movimento do Cursilho, do Movimento do TLC e do Grupo de Teatro da Capela de Santa Terezinha.
Este ano a Via Sacra será um pouco diferente: será encenada em cima de caminhão, para que a visualização fique melhor para o público.
Confira a apresentação! Deixe se sensibilizar pelo momento da Páscoa!