Que esta semana seja de reflexão. Sim, de reflexão.
Convido você para nesta semana, juntamente com as APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), de todo o Brasil, refletir sobre a questão da deficiência.
O Movimento APAEANO comemora a Semana Nacional do Excepcional de 21 a 28 de agosto, desde sua instituição em 1964. Atentos à importância das conceituações mais apropriadas ao atual patamar de valorização dos seres humanos e à sua influência na formação da consciência social, a “Semana Nacional do Excepcional” agora é ”Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla” e traz como tema: Autogestão e Autodefensores: Conquistando caminhos para ser e conviver.
Uma semana dedicada não à “comemoração da deficiência” e sim a celebração da vida com qualidade, apesar da deficiência.
A comemoração das conquistas já alcançadas e a reflexão sobre que barreiras ainda precisam ser rompidas. E aqui, não me refiro apenas às barreiras arquitetônicas, de acessibilidade, que são sim muito importantes, mas não são elas sozinhas que promovem o acesso e garantem a permanência das pessoas com deficiência na sociedade historicamente planejada para as pessoas “ditas normais”.
Gostaria de chamar a atenção às barreiras que nós, seres humanos, estabelecemos diante de nossos irmãos com deficiência. Por medo do desconhecido e do diferente, paralisamos. Preferimos acreditar e apostar na igualdade ditada pela mídia e passamos a acreditar que somente se enquadram na sociedade as pessoas que apresentam padrões pré-estabelecidos de beleza, de habilidades, de inteligência.
Qual tem sido nosso real envolvimento na busca da superação de estereótipos, dos preconceitos e da discriminação e na valorização e qualificação do ser humano?
Este é um momento oportuno para buscarmos dentro de nós os “pré-conceitos” que nos acompanham e que muitas vezes nem nos damos conta.
Momento para refletir sobre a postura que temos diante das pessoas com deficiência.
É tempo de vencer conceitos negativos, historicamente instituídos. É preciso “des-preconceituar”.
As pessoas com deficiência não podem mais ser vistas como sinônimo de incapacidade e isso requer de nós mudança cultural de postura frente à diversidade e mudanças na concepção da deficiência.
Precisamos conceber uma sociedade inclusiva, onde cada ser humano tenha seu espaço garantido. Uma sociedade aberta e acessível, que estimule a participação, que acolha e aprecie a diversidade e suas experiências e que ofereça oportunidades para que todos possam desenvolver seu potencial humano.
Roberto Shinyashiki escreve que “A primeira transformação necessária para que ocorra a felicidade é passar a acreditar na possibilidade de um mundo onde todos possam se realizar”.
Então, cabe a cada um de nós darmos o primeiro passo, rumo à construção de uma sociedade capaz de aceitar, conviver e promover o crescimento mútuo. Uma sociedade que respeita a diversidade e onde todos são iguais em dignidade e direito.
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“Época triste a nossa, em que é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito.”
(Albert Einstein)