As escolhas do eleitor: uma análise

No último domingo, dia 3, os brasileiros foram às urnas escolher seus representantes políticos. A sujeira nos arredores dos locais de votação foi percebida em todas as cidades brasileiras e como não podia deixar de ser, na Lapa também. Ato de desespero de alguns candidatos, ou seus cabos eleitorais, pela disputa dos votos dos indecisos e daquelas pessoas mais simples que não tinham levado sua colinha no momento da votação.

Mas, analisando-se os números, percebe-se que a decepção do eleitorado com a política está grande. Seja por conta da grande quantia de votos no nome do Tiririca em São Paulo, como voto de protesto. Seja pelo grande número de abstenção nessas eleições.

No entanto, o que chamou mais a atenção foi o fato de, mesmo com campanha maciça da Justiça Eleitoral, a população ainda ter votado em candidatos corruptos, como os envolvidos nos escândalos da Assembléia Legislativa do Paraná. A renovação na Casa foi pequena e mesmo assim, talvez nem se possa falar em renovação, quando na verdade os nomes novos que irão atuar no legislativo são de parentes de políticos experientes no Estado.

O fato é que ainda há muito o que se falar em educação política, educação sobre ser cidadão no país. A venda de votos não deixou de existir, o entendimento sobre a importância do ato de votar foi pequeno, o conhecimento sobre a função dos políticos é mínimo… Portanto, ainda há muito o que se fazer.

A eleição para os cargos de deputado estadual, deputado federal, governador e senadores terminou. Mas ainda teremos outro turno para presidente da República.

Será outra etapa em que podemos aproveitar para tentar fazer a melhor escolha. No dia 31 de outubro, espera-se que não aconteça o que foi percebido no dia 3: grande número de pessoas que preferiram não se envolver no processo, justificando a ausência.

Na Lapa, 29.541 votos foram apurados. Destes, 992 foram brancos (3,36%) e 1.130 (3,83%) foram nulos. E 5.084 pessoas decidiram se abster do direito ao voto (14,68%) na Lapa.

Já em Contenda, 9.316 votos foram apurados. Destes, 314 foram em branco (3,37%) e 363 (3,90%) foram anulados. Sobre as abstenções dos contendenses, 1.341 pessoas não compareceram no dia da eleição para escolher seus representantes.

Os dados apresentados demonstram o desinteresse do eleitor pela política, mas mostram mais que isso. Com o afastamento do cidadão que realmente quer mudança na política, abre-se espaço para aqueles eleitores que não analisam os candidatos terem maior poder na decisão. Abre-se espaço, consequentemente, para os políticos corruptos que se aproveitam dos eleitores corruptos e dos eleitores simples que são coagidos a votar em determinados nomes.

De agora serão três semanas para uma nova decisão para o novo presidente da república. Pouco tempo para escolher alguém que tomará decisões sérias a respeito de nosso dia-a-dia. Por isso mesmo, a necessidade de nos mantermos atentos neste período.

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