O Colégio Cooperativa da Lapa realizou um concurso de crônicas, que foi idealizado pela professora de Língua Portuguesa e Literatura, Eloisa Murbach Arbigaus, com auxílio da professora Sirley Maria Kohler Ganzert. O concurso intitulado “33 no Escuro” foi dirigido aos alunos de 5ª a 8ª série e Ensino Médio do Colégio. O tema deveria abordar a situação vivida pelos 33 mineiros que ficaram presos na mina San José, no Chile.
A crônica vencedora foi da aluna Mariana Wiedmer Fachini, ganhando como prêmio um vale-livro. A premiação ocorreu um dia após os mineiros serem resgatados, durante a Feira de Ciências do Colégio.
Confira a crônica vencedora do concurso:
33 no Escuro
Mariana Wiedmer Fachini
É apenas uma borboleta azul celeste, frágil por si só, que entra planando num baú perdido no mar revoltado, chama-se felicidade por pensadores ignorantes.
Ela luta contra o ar pesado e resistente, pressionada batendo as asas magras, com simplicidade. Dá para ouvir sua respiração ofegante, e a borboleta se cansa, à espera de alguém que a liberte.
A respiração é de trinta e três mineiros, desgastados, surrados pela guerra pela sobrevivência. A esperança, força que os faz bater as asas, também espera essa glória.
Aflitos, são tomados por saudade, uma saudade bem escrita, necessária. Dizem que ela só faz crescer o amor, torna mais forte e resistente, em certos casos, mas a saudade compulsiva dos mineiros acaba queimando-os.
É assustador pensar que eles não têm um relógio que os irrita enquanto escrevem suas histórias, é incrível como esqueceram o antigo conceito de felicidade, não precisam estar no mar revolto, só precisam de alguém que quebre o cadeado do baú e deixe que tudo isso se dissipe em busca de refúgio, como uma borboleta azul, frágil por si só. É mero exagero.