Dedicação e Bênção do Altar do Santuário de São Benedito

 Há mais de um ano a comunidade paroquial da Lapa, sob a motivação de seu pároco Pe. Emerson Lipinski, iniciou o projeto de reforma e revitalização do Primeiro Santuário Diocesano de São José dos Pinhais, que tem como Santo protetor o santo negro São Benedito.

Através do esforço e empenho de todos os paroquianos, o Santuário teve seus vitrais restaurados, recebeu uma nova pintura, uma ampliação no presbitério, além de uma nova sacristia e Capela do Santíssimo.

Chegou, portanto, a hora de dedicar o sonho de cada lapeano a Deus, por meio da missa Solene de Dedicação, que aconteceu no dia 26 de dezembro, sob prece e imposição de mãos do Bispo Diocesano Dom Ladislau Biernaski. O Santuário Diocesano de São Benedito se tornou a nova casa de oração da cidade da Lapa.

 

Mas o que é uma Dedicação

Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis se reuniam em assembléia para celebrar a Eucaristia, ministrar os sacramentos e ouvir a pregação da Palavra de Deus. Os lugares de reunião eram habitualmente suas próprias casas, onde utilizavam a sala mais espaçosa para esse fim.

Com o tempo, as casas nas quais se reunia a assembléia passaram a ter cômodos específicos reservados para o culto divino. E, a partir do fim do século II, esses prédios começam a ser chamados de Domus Ecclesiæ. No ritual litúrgico da dedicação de uma igreja destacam-se quatro elementos essenciais: a aspersão com a água benta, a deposição das relíquias dos santos, a unção sagrada do altar e da igreja, a incensação, a iluminação e, por fim, o principal, a Celebração Eucarística.

Por ser o edifício visível um sinal peculiar da Igreja peregrina na terra e imagem da Igreja que habita nos céus, a Jerusalém Celeste, esses ritos manifestam simbolicamente algo das obras invisíveis que o Senhor realiza por meio dos divinos mistérios da Igreja, ou seja, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. Aspersão do altar e do templo

A Santa Missa começou substituindo o ato penitencial pela aspersão da água benta. Ela é um sacramental que, usado com Fé, nos purifica dos pecados veniais e afasta o espírito maligno. Por seu caráter exorcístico, se aspergem também o altar e as paredes da igreja, para purificá-los, assim como todo o povo, em sinal de penitência, e em lembrança ao Batismo.

Benção do altar

A Mesa do Altar deve ser respeitada como símbolo do próprio Jesus. É beijada com reverência, é incensada, deixando sempre bem visível que se trata de uma mesa, que acolhe a todos os que vão participar da refeição. O Altar cristão tem um valor simbólico tão forte que a Igreja prefere que não seja portátil, mas sim fixo.

No rito da dedicação de uma Igreja, pede-se que no início da celebração o altar esteja desnudo, quando o altar é portátil, neste caso não se dedica, se abençoa.

Deposição das relíquias

O costume de colocar relíquias de santos sob o altar originou-se nos primeiros séculos da Igreja, nas catacumbas, onde se tornou habitual celebrar a Missa sobre a pedra tumular de um mártir. Com isso, se queria significar que o sacrifício dos membros encontra seu princípio no sacrifício da Cabeça, que é Jesus Cristo. Na atualidade, a Igreja não exige que as relíquias colocadas sob o altar sejam exclusivamente de mártires.

A unção com o Crisma

A unção do altar é feita com o Crisma. O óleo confere ao cristão, pelo segundo Sacramento, a perfeição de seu ser sobrenatural, faz também os reis, os sacerdotes e os pontífices. Por todas essas razões, o óleo santo por sua vez, flui abundantemente sobre o altar, que é o Cristo Chefe, Pontífice e Rei, para d’Ele, como fez a água, atingir as paredes, a Igreja inteira. Com efeito, doravante o templo é efetivamente digno do nome de Igreja, pois, assim batizadas, assim consagradas com o Homem-Deus na água e no Espírito Santo, as pedras com as quais ele foi construído representam ao vivo a assembléia dos eleitos, ligados entre si, e com a Pedra Divina, pelo indestrutível laço do amor.

Incensação do Altar

Depois do rito da unção, colocou-se sobre o altar um fogareiro para queimar o incenso, simbolizando com esse ato que o sacrifício de Cristo, perpetuado ali sacramentalmente, sobe até Deus como suave aroma, juntamente com as orações dos fiéis. A incensação de todo o espaço da igreja indica ser ela, pela dedicação, uma casa de oração. Também os fiéis são incensados, por serem “templos vivos de Deus” (Cf. 1 Cor 3,16-17; Ef 2, 22).

Mistério do Altar

É preciso destacar que toda a vida litúrgica da Igreja gira em torno do mistério do altar. Há um mistério do altar cristão. O poeta espanhol Prudêncio dizia que o altar era a mesa que nos dava o sacramento, (mensa donatrix sacrament) Cristo é o centro da ação da Igreja. O altar, sinal de Cristo, é o centro do edifício da Igreja. A centralidade do altar no conjunto do espaço litúrgico não é teologicamente uma conclusão, mas o ponto de partida. A centralidade do altar com relação ao edifício de culto reflete a centralidade de Cristo com relação à assembléia litúrgica, ao mundo e à história.

Nas catedrais, este caráter focal do altar era visto em sua construção: foi tradicional situá-lo no cruzeiro, entre o presbitério e a nave. A mesa do altar, como símbolo de Jesus, dever ser coberta ao menos com uma toalha branca, sobre ela se colocam apenas o que é necessário para a celebração: o cálice, a patena, o corporal, o sanguineo, as âmbulas com as partículas que serão consagradas e o missal. Pode ainda ao menos colocar dois castiçais com velas e o Crucifixo, se não houver como colocá-los ao seu redor. O Evangeliário pode ser deixado sobre o altar até o momento da proclamação, não deve de forma alguma servir de mesa, sobre a qual se colocam imagens, papéis e outros objetos. O altar da igreja e o altar do coração guardam juntos uma íntima relação, aquele é o coração do santuário, este é a realidade mais profunda da pessoa, seu santuário interior. O altar da igreja e o altar do coração se complementam mutuamente, e de um modo misterioso, compõem um só, sobre esse altar vivo, que é seu coração, os cristãos oferecem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo. Oferecem seus corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus.

Iluminação festiva

Procedeu-se, por fim, a iluminação festiva da igreja, pois Cristo é a luz para iluminar as nações. As doze velas colocadas no lugar das unções foram acesas em sinal de alegria. Postas diante das cruzes, elas simbolizam os doze Apóstolos que, pela Fé no Crucificado, iluminaram o universo, o instruíram e o inflamaram de amor.

A Celebração

A celebração para realizar a dedicação do Santuário teve duração de três horas, a contar das 10h. No início da missa Adir Santos contou brevemente o histórico do Santuário e dos motivos que levaram à revitalização.

Após a aspersão com a água benta, a deposição das relíquias dos santos, a unção sagrada do altar e da igreja, a incensação, a iluminação e, por fim, o principal, a Celebração Eucarística, o Padre Emerson Lipinski fez o agradecimento a todos os fiéis e devotos que colaboraram para que se pudesse revitalizar o Santuário. Agradeceu também a todos os que trabalharam na revitalização, as empresas e pessoas que estiveram na liderança das campanhas.

Foi entregue, por fim, a cada um dos colaboradores um exemplar da revista O Santuário, que foi feita especialmente para relatar a revitalização da Igreja. Esta revista também está sendo entregue a cada devoto que participou das campanhas. Para os demais que tenham interesse em adquirir um exemplar, basta se dirigir à Secretaria Paroquial ou aderir à campanha do devoto, que continua a existir, pois ainda há outras etapas a serem revitalizadas no Santuário.

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