CANTINHO DA POESIA – Pra dia de chuva

Domingo chuvoso,

Um dia sem graça,

Espio a vidraça

Os pingos de chuva

Que correm ligeiros,

Não são meus parceiros

Pois sou vagaroso.

E se vou devagar

Eu não tenho pressa

De logo chegar.

Chegar? Mas aonde?

E a chuva responde:

“-No rumo que eu vou!”

E eu olho a chuva

Caindo apressada,

E a grama molhada

Se mostra feliz.

Cavalo pastando,

A fome matando,

E a sede também.

E as aves pulando

Nos galhos viçosos

Do nosso arvoredo,

E não sentem medo

Da chuva que cai.

Porém entre as folhas

Sabiá cantadeira

Do ninho não sai.

Bondade não falha

Pois ela agasalha

Os filhos queridos.

É mãe a sabiá!

E mãe ela sendo,

No frio, na chuva,

Ou no sol escaldante,

Seu corpo oferece

Tal qual uma prece

Aos filhos pedindo

A Deus proteção.

E eu fico pensando,

Lembranças remoendo

Na velha memória,

Lembrando de instantes

De tempos distantes

Que longe se vão.

Lembrando os cuidados

Que à nossa mãezinha,

Causávamos então.

E que a pobrezinha

Com sua bondade,

Nos dava conselhos

Que sempre brotavam

De seu coração.

Olhando a chuva

Na grama molhada

Que ontem cortada

Sofreu queimaduras

E a Deus nas alturas

Pediu proteção

E o Pai sempre pronto

Mandou que chovesse

Pra que ela brotasse

E assim retornasse

A ser bela de novo,

Eu penso no povo

De várias regiões

Não muito distantes

Que sofrem horrores

De enchentes constantes,

De açoite dos ventos.

De rijos tufões.

Então eu suplico

A Deus meu Senhor

Que do Alto abençoe

Esse povo sofrido

Lhe dando a certeza

Que tal sofrimento

É condução para o Céu.

Suplico também

Meu Pai de bondade

Que por caridade

Me deu esta vida

E cercou-me do afeto

De gente bondosa

Que tornam meus dias

Agradáveis e cheios

De paz e alegrias,

Que todos recebam

Tal qual como eu,

Por Vossa bondade,

As bênçãos Divinas

Que sempre me deu.

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