Pensar uma vida melhor para os lapianos é a premissa que norteia o plano para a área da Cultura. Numa visão contemporânea, a Cultura não é entendida apenas como produção artística, mas principalmente como sentimento de pertencimento a um grupo social.
Rica e diversa, a Cultura conserva viva a contribuição daqueles que fazem do Paraná um Estado de muitos povos. Índios, filhos desta terra, europeus, os africanos, aos quais se somaram imigrantes de todos os continentes e migrantes brasileiros de vários Estados. Em busca de ouro, de pastagem, de pouso, de lavoura, de trabalho ou de paz, trouxeram consigo crenças, língua, culinária, arte, conhecimento. A força do Paraná é a soma de suas diferenças. São as diferenças, mais do que as igualdades, que o tornam um Estado único – e assim deve ser tratado. A Cultura, mais do que qualquer outra ação indutora do Estado, deve primar pela diversidade de enfoques e de ações.
Diversidade cultural no Paraná é sinônimo de identidade, não de rivalidade. As diferenças, neste Estado, aproximam.
Cultura e ação sempre! Ação que recupera, ação que promove, ação que financia, ação que garante a perpetuação dos bens culturais – materiais e imateriais. Ações que, juntas, celebrem a Cultura deste Estado, rico e diverso. Que permita, enfim, que a inquietação se materialize na busca por um caminho melhor numa sociedade ainda tão desigual.
A política cultural, portanto, deve ser pautada por uma visão humanista, capaz de responder a uma questão central: por que a Cultura, a educação e o conhecimento têm um papel relevante na sociedade moderna? E que papel é esse? De imediato, são dois aspectos a serem considerados na ação cultural de hoje: Cultura e Desenvolvimento. Aspectos que nos impõem novos paradigmas da gestão e política cultural e a busca de novas respostas, particularmente respostas que nos indiquem um caminho a seguir – posto que nossa proposta de política cultural está ligada a um projeto de formação de cidadãos conscientes, críticos, informados e autônomos para decidir seu destino.
Cultura como manifestação da identidade coletiva – preservando tudo aquilo que já foi construído e aquilo que se constrói no mundo contemporâneo.
Cultura como ferramenta de inclusão – é a Cultura no seu papel social. Hoje oferecemos aulas de música, artes plásticas, artesanato, teatros, danças, gratuitas, com o intuito fundamental na valorização do ser humano.
Cultura como valor de mercado – é a chamada indústria cultural, a economia da Cultura, que tem papel vital, mas que não pode sobrepor-se às demais. Estimular a economia da Cultura é uma forma de construir e consolidar as duas outras dimensões, embora cada uma deva ser tratada levando-se em conta suas peculiaridades.
A Lapa tem história, tradição, formação e talentos em todas as linguagens culturais para ser referência no Brasil. Mas a realidade não corresponde ao imenso potencial já comprovado. É possível mudar este quadro – resgatando o esplendor do passado e acrescentando os desafios do futuro. A Lapa pode fazer muito mais – e melhor.
Valéria Borges da Silveira é Secretária Municipal de Cultura e Turismo.