O que fazer com o lixo eletrônico?

Televisores, rádios, baterias, celulares, lixo eletrônico: empresa de Rio Negro recolhe este material, quando não é mais possível utilizá-lo

O lixo eletrônico, também chamado de resíduo tecnológico, formado por baterias, computadores, CDs, DVDs, TVs, celulares, rádios e muitos outros, é um problema cada dia maior para o Brasil. Segundo um estudo realizado pelo programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), entre os emergentes, o país é o que produz maior volume de lixo eletrônico por pessoa a cada ano, o que equivale a meio quilo. Além disso, desinformadas, as pessoas descartam seus eletrônicos no lixo comum, que vão parar em aterros. Com isso o solo, a água e o ar são contaminados, trazendo danos ao ambiente e para a saúde humana. Para evitar essa contaminação é importante que o lixo eletrônico tenha uma destinação adequada.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina que a União, os Estados e os municípios elaborem planos para tratar os lixos sólidos estabelecendo metas e programas de reciclagem e responsabilizando as indústrias pelos produtos eletrônicos produzidos por elas. Os produtos eletroeletrônicos e seus componentes deverão retornar para as empresas que darão a destinação ambiental adequada. Aprovada no Senado no começo de julho e sancionada pelo presidente Lula em dois de agosto de 2010, a PNRS aborda a obrigação dos consumidores compartilharem a responsabilidade do ciclo de vida dos produtos, tendo o dever de separar, armazenar e destinar corretamente, reduzindo a geração de resíduos sólidos e diminuindo o desperdício de matérias.

O mercado da reciclagem de eletroeletrônicos apresenta particularidades, tais como a tecnologia complexa envolvida, o custo e destinação das peças e matérias quando desmontados, o mercado que os reutiliza, entre outros. A reciclagem consiste em separar os materiais que compõem um objeto e prepará-los para serem usados novamente como matéria-prima dentro do processo industrial. Nem sempre a reciclagem se destina a reinserção dentro do mesmo ciclo produtivo, por exemplo, um computador reciclado pode gerar matérias que vão ser utilizados em outras indústrias. A princípio existem poucas empresas no Brasil que realizam todo o processo de separação e preparação de matérias para reciclagem.

UMA ALTERNATIVA

São poucas, mas existe uma bem próxima da Lapa que faz este trabalho. Ela está localizada em Rio Negro, onde há dois profissionais que estão atuando na área de reciclagem de eletrônicos: Pierre Fabiano Siqueira, que atua há cerca de 20 anos no mercado, e Luis Antonio Lopes. Os dois profissionais recolhem material também na cidade da Lapa.

Segundo Luis, o material coletado abrange televisores, videocassete, computadores e todo tipo de material eletrônico. O destino dado a esses materiais é a venda para cidades próximas, como Curitiba e região metropolitana, e também para cidades como São Paulo. Há casos de materiais como placas de computador que são vendidos para a China.

Segundo Pierre, como no Brasil não existe uma máquina que faça separação desses materiais, e a China é um dos países que mais produz eletrônicos, eles inventaram uma máquina que é capaz de fazer essa separação, pois existem materiais nobres dentro da placa. Esse é um dos motivo de envio dessas placas para tão longe.

VALOR COMERCIAL

Os produtos eletrônicos recolhidos pelos profissionais de Rio Negro não são comprados das pessoas. Elas entregam como doação. Quanto a isso, Pierre explica que o valor comercial desses produtos é muito baixo. Uma televisão, por exemplo, depois de desmontada, tem um valor menor que cinco reais. “Por conta disso fica inviável comprar esse material, só recolhemos, portanto através de doação”, explica.

Pierre conta que começou a atuar na área por acaso, comprando ferro velho. Então um dia recebeu uma doação de televisores e, por conseqüência, outras foram aparecendo e daí por diante começou a trabalhar com esse material eletrônico.

Já Luís diz que pretende colaborar com o meio ambiente, visando também um lucro.

CONTATO

Os municípios em que os dois profissionais atuam são: Rio Negro, Mafra, Lapa, Campo do Tenente, Itaiópolis, cidades próximas à região. Como o valor comercial é bastante baixo, em cidades mais distantes fica inviável fazer o recolhimento sem algum tipo de ajuda.

Se você quiser fazer doação de seu lixo eletrônico, basta entrar em contato com o Luís ou o Pierre e agendar a data. O contato do Luís é (47) 9938-7569 e do Pierre (47) 3643-6395 e (47)9933-6395. O endereço em Rio Negro é Rua São Paulo, 191, Vila paraíso.

NA LAPA

Na cidade da Lapa existe a Recilapa, que é a associação de catadores de papel e reciclados que atua há vários anos na cidade. Eles trabalham com reciclagem, porém não com reciclagem de materiais eletrônicos. Então é aconselhado que, caso você tenha lixo eletrônico em sua residência, agende uma visita para o recolhimento desses objetos com Pierre e Luis.

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