Representantes dos produtores de tabaco da região Centro-Sul do Paraná estiveram reunidos com o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, na terça-feira, dia 30 de março, em Brasília, para discutir a Resolução 414, que disciplina a relação entre o prestador de serviço e o consumidor. A Resolução prevê o corte do subsídio de energia elétrica nas propriedades que não produzem alimentos, afetando mais de 30 mil famílias que dependem do tabaco para sobreviver.
Segundo o deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), presente na reunião, a Resolução atinge também os silvicultores e produtores de algodão, erva mate, bicho-da-seda, dentro outras culturas. “A conta de luz do produtor rural pode aumentar 60% no momento em que a Copel colocar em prática essa Resolução, que me parece discriminatória e foge à competência da Agência”, afirmou Sciarra, ressaltando que os produtores de tabaco se sentem ameaçados, pois se fala em conversão de cultura, mas nada foi feito até hoje. O diretor da Aneel afirmou que não tinha conhecimento das conseqüências da medida. “Vamos interagir com o Ministério da Agricultura para fazer as devidas adequações”, ressaltou Rufino.
Sciarra está marcando audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na próxima semana para encaminhar uma solução para o impasse. “Os produtores podem ter certeza que tanto a Aneel quanto os Ministérios envolvidos e também a Copel demonstram interesse em resolver a situação”, ressaltou o deputado paranaense logo após a reunião. No início de março, ele havia encaminhado ofício à Aneel pedindo para reconsiderar os dispositivos da Resolução que retiraram o subsídio.
