ESPIRITUALIDADE – Amando e brincando com as Titís de nossas vidas

Acredite: você só pode dar o que tem. Quanto mais se dá, mais se recebe em troca. Então, até por uma medida de economia, vale a pena buscar os caminhos certos para o aumento de nosso tesouro interior.

Para mim só há valor na vida quando, por exemplo, entendo que por trás do pedido da Ana Carolina: “Tia Kila, vamo brincar de lego”, há algo muito importante e quando o “sim” se torna irresistível e incrivelmente prazeroso e até mesmo “vital” para mim, mesmo após um dia inteiro do ritmo daquela amada criaturinha de 5 anos (minha sobrinha neta Aninha – a Titi, como é carinhosamente chamada por seu papai Sandro).

Muitas vezes brincamos com as Titis de nossas vidas por brincarmos, fazemos “algo de bom” por alguém por fazermos ou até para acalmarmos nossa consciência ou conseguirmos alento em nossos momentos de solidão. É claro, no mundo em que vivemos isso já pode ser uma grande coisa.

Mas como poderíamos ser mais amorosamente autênticos nestas nossas atitudes? A resposta é simples assim, como se sabe pela lógica: Não se tira leite de pedra. O próprio Jesus afirmou: podemos ser capazes de dar pedra (a mesma pedra de onde não se tira leite) a nossos filhos, mas DEUS, que é a fonte de amor sempre lhes dá o pão.

Por outro lado a resposta pode também ser complexa. Ela exige que a gente realmente sinta nossas atitudes “amorosas”.

Então como podemos transformar pedras em pães? Simples relacionamentos em trocas de amor e companheirismo? Egocentrismo em empatia? Como podemos realmente amar alguém?

No estágio de vida em que me encontro estou tentada a arriscar-me a dizer que sem nos conhecermos, sem nos amarmos, sem nos respeitarmos isso é realmente impossível. Se fizermos esta caminhada poderemos aprofundar o conhecimento de nós mesmos, identificando nossos pontos fracos e amorosamente buscando melhorá-los.

Você pode estar pensando que descobri como andar para frente e pode até estar achando engraçada esta minha descoberta a esta altura de minha vida. Tenho cinquenta e dois anos, afinal de contas!

Pode ser que você tenha razão, mas penso que vale a pena, nos dias de hoje, sempre voltarmos a refletir sobre a profundidade do auto conhecimento que precisamos ter para, de fato, e verdadeiramente acolhermos o outro como um todo.

Volto a refletir com você sobre as palavras de Jesus: Ama a teu próximo como a ti mesmo.

Ele realmente apostou na importância e na grandiosidade de nos auto amarmos. Será que podemos amar a alguém que não conhecemos?

Em outros tempos eu poderia me sentir culpada por nos falar em auto conhecimento e amor a nós mesmos, isso em razão da cultura em que muitos de nós fomos criados.

Hoje, porém, olhando para o modelo de Jesus, sinto total segurança em dizer. Ele quer que nos amemos e assim estejamos também em total comunhão e amor com Deus.Só então poderemos realmente amar as queridas Titís e tantas outras personalidades que se fazem presentes em nossas vidas.

Neste momento penso que só quem realmente tem um profundo auto conhecimento e portanto muito amor (a natureza divina de Jesus nos mostra ser ele fonte de amor), pode dar amor a ponto de entregar a própria vida pelos seres amados,como fez Jesus, incluindo entre os amados inclusive aqueles que o matavam.

Uma REALMENTE AMOROSA brincadeira de lego no final de um dia em que tudo o que você quer é ficar de pernas para o ar (ou qualquer coisa que neste momento se apresente em sua vida ) pode demonstrar que passos estão sendo dados nesta nossa (minha e sua) caminhada rumo ao conhecer-se,rumo ao amor a Deus,amor a nós mesmos e,por consequência, verdadeiro amor ao outro.

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