Uma chance de recomeço na Melhor Idade

Atividades sociais impulsionaram o casal Maria e Luiz a recomeçarem suas vidas, melhorando a sua auto-estima

Páscoa é época para pensar em recomeço. E, para muitos idosos, as atividades físicas e sociais representam um recomeço de vida. Melhora na auto-estima, melhoras físicas e psicológicas.

Na atualidade, os idosos passam por inúmeras situações de descaso e, até mesmo, desprezo culminando com a exclusão social, por serem considerados improdutivos por uma grande parcela da sociedade.

Não é raro encontrarmos idosos ignorados ou abandonados no próprio seio familiar.

A população de idosos vem crescendo e a concepção equivocada de que a velhice é um período de decadência física e mental – o idoso completamente dependente e improdutivo e causa transtornos tanto para a família como para os que o cercam – tem prejudicado o seu convívio social, limitando ainda mais suas possibilidades de ação na busca de uma vida digna.

Sabemos que, com o processo de envelhecimento, ocorrem mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que influenciam o comportamento do idoso.

Com isso a pessoa tende a modificar seus hábitos de vida e rotinas diárias passando a ocupar-se de atividades pouco ativas e, assim, reduzir seu desempenho físico, suas habilidades motoras, sua capacidade de concentração, de reação e de coordenação. Neste momento têm papel fundamental as atividades desenvolvidas para os idosos, revertendo quadros de apatia, auto desvalorização, insegurança e, conseqüentemente, o isolamento social e a solidão.

A sociedade tem o dever de criar mecanismos que contribuam para a superação deste quadro e garantir ao idoso uma vida mais tranquila.

Para isso, além de vencer os preconceitos, é necessário criar condições para que o idoso possa usufruir do tempo que tem disponível com qualidade, beneficiando-se por meio de: atividades físicas apropriadas para sua condição, alimentação saudável, espaço para lazer, bom relacionamento social e liberdade de expressão e criação. Somados a isso, o amor, o carinho e o reconhecimento das contribuições do idoso para a sociedade e da sua capacidade de amar, podem impulsionar a felicidade, o bem estar e, consequentemente, a longevidade desse cidadão que tem direitos pessoais e sociais que não podem ser negados.

EXEMPLOS

Várias pesquisas têm demonstrado que a participação em atividades recreativas e de lazer são fundamentais para a manutenção da saúde física e psíquica do idoso.

Um bom exemplo é a história do casal Maria José Moreira Aguiar, 61 anos, divorciada, e Luiz Carlos Alves dos Santos, 57 anos, viúvo, que se conheceram em um evento para Terceira Idade, no Clube Congresso Recreativo da Lapa e hoje estão casados.

Maria conta que estava procurando alguém para preencher sua vida e, quando viu Luiz, foi amor à primeira vista. Logo tirou ele para dançar e, naquele mesmo dia, começaram a namorar.

Isso aconteceu em 2 de dezembro de 2010 e o casamento não demorou a ser realizado, foi no dia 15 de março deste ano.

Luiz conta que fazia três meses que frequentava o baile da terceira idade. “Eu procurava uma esposa, pois me sentia muito sozinho”, diz o recém casado.

Maria, que já foi eleita a Princesa da Melhor Idade em 2008, conta que também foi a solidão que a fez frequentar os bailes. “Tive problemas de saúde e entrei em depressão, precisava de uma atividade para me descontrair, comecei a ir aos bailes a convite de uma amiga”, afirma ela.

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO

Segundo o casal, os eventos da Melhor Idade são muito importantes para comunidade idosa, pois trazem alegria e ajudam na saúde. “Nós nos sentimos jovens novamente e vemos que a vida ainda não acabou”, relata Maria.

Eventos como o baile da terceira idade buscam melhoria de vida para os idosos. “Antigamente as pessoas tinham muito medo envelhecer, pois se acreditava que a vida tinha acabado com a chegada da terceira idade. Hoje, com eventos como o baile da melhor idade, isso mudou”, diz Maria.

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