A polêmica sobre o fechamento da Maternidade Municipal

Conselho Municipal de Saúde promoveu debate sobre o tema, contando com grande participação da sociedade lapeana

No dia 13 de maio o Conselho Municipal de Saúde realizou uma visita técnica na Maternidade Municipal Humberto Carrano (MMHC), motivada por uma vistoria feita pela Vigilância Sanitária do Estado do Paraná, que solicitou o fechamento da Maternidade para reformas. A visita técnica do Conselho concluiu que as irregularidades não seriam motivo de risco iminente, reconhecendo apenas risco e que não seria necessária interdição total. “É possível, portanto, realizar as adequações necessárias sem que seja desativada (a Maternidade)”, diz o relatório da visita.

No dia 17 de maio aconteceu no auditório da Escola Manoel Pedro um debate sobre o fechamento da Maternidade Municipal Humberto Carrano. O debate foi bastante movimentado e contou com a presença de autoridades como o Prefeito, Paulo Furiati, o Presidente da Câmara Municipal, Renato Afonso, o diretor da maternidade Dr. Manoel Vidal, além da Promotora e representantes do Conselho Municipal de Saúde.

Segundo a promotoria desde 2007 há irregularidades na maternidade. Infiltrações e falta de alguns equipamentos são os principais problemas, mas relatou que o Ministério Público é contra o fechamento e espera uma adequação. Uma das opções apresentadas seria a de uma ala do Hospital Regional São Sebastião ser destinada ao atendimento de gestantes. No entanto, cirurgias e partos seriam realizadas na maternidade de Araucária.

O auge da discussão aconteceu quando a Promotora relatou que a ala do hospital São Sebastião que possivelmente será destina as gestantes não apresenta melhoras consideráveis em relação à maternidade. Segundo ela, o prédio do Hospital São Sebastião é mais velho do que a maternidade e tem problemas semelhantes. Imediatamente após suas declarações, o público presente no auditório reagiu mostrando concordar com as palavras ditas pela promotora.

Em seguida quem fez uso da palavra foi o Diretor da Maternidade, Dr. Manoel Vidal. Bastante descontente com a situação, disse não ver motivos para o fechamento da maternidade. Ele alegou que sempre foram feitas inspeções pela vigilância sanitária e nunca houve motivo real para o fechamento do local. Ele se mostrou a favor de uma possível reforma, mas não do fechamento da maternidade. “Se não temos dinheiro, o Estado que nos ajude e não nos diga que vai fechar a maternidade”, disse o diretor sob aplausos e manifestações a seu favor do público presente.

O Prefeito Paulo Furiati também se mostrou contra o fechamento da maternidade, porém informou que hoje a prefeitura municipal não tem recursos para uma possível reforma, que segundo ele custaria aproximadamente R$ 800 mil. Furiati também informou que, se houver uma reforma, a maternidade terá de ser fechada por tempo ainda indeterminado. Ao final de seu pronunciamento, disse que a Lapa não ficará sem Maternidade.

O Conselho Municipal de Saúde se mostrou contra o Prefeito Paulo Furiati. Segundo eles, a reforma na maternidade atendendo todas as irregularidades apontadas custaria R$300 mil e não R$800 mil, como disse o prefeito. Segundo os representantes do Conselho, poderia ser feita uma reforma em etapas, retardando assim o fechamento da maternidade. Ela só seria fechada por um período pequeno, quando as reformas chegassem ao centro cirúrgico.

Hoje a Maternidade Humberto Carrano atende os municípios da Lapa, Contenda e Campo do Tenente, realiza aproximadamente 20 partos por mês.

A maternidade atende hoje com quatro médicos de plantão diariamente.

O que mais preocupa se ocorrer o fechamento da maternidade é a transição das gestantes. O Hospital São Sebastião, que pode ser uma opção, hoje não possui salas pré-parto, um ambiente planejado e nem banheiros únicos, além de o prédio sofrer de problemas comuns ao tempo como infiltrações.

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