Eles sabem pescar. Conhecem técnicas de criar peixes. Mas não ensinarão nem uma coisa nem outra. Querem apenas que todos recebam peixe de graça, sem esforço algum, nem físico, nem mental. O programa “fome zero” está aí para isso. Desejam todos submissos e cativos à sua vontade. Agora, chegou a vez de discriminar aqueles que falam e escrevem corretamente.
Para que vontade? Tecnologia para quê? Por que se esforçar, se o peixe estará à mesa, pronto para ser consumido? Basta que digam: “Nóis tá cum fome”, e pronto. Porém, aquele que ousar dizer “estamos com fome”, está perdido. Não ganhará seu peixe. Será taxado de preconceituoso, um neo-preconceituoso, apenas por saber se expressar corretamente.
O que ganham com isso? Muito, a começar pelos milhões de votos nas próximas eleições. Muitíssimo mais, quando mobilizarem os que recebem o peixe, a fim de defendê-los contra a imprensa, a oposição e as pessoas esclarecidas.
Quando os acusarem de coisas como mensalão, dólares na cueca, fracasso nas provas do ENEM.
Ou quando alguém ousar mostrar escolas aos pedaços, professores ganhando uma miséria, estradas em frangalhos, um dos piores sistemas públicos de saúde, ou a inflação galopante, escamoteada durante muito tempo para que pudessem eleger a senhora Dilma.
Sentimento de culpa, nunca tiveram ou terão. Culpa é e será dos americanos, do agronegócio, dos pecuaristas. Jamais será da dinheirama que entregaram a mais de cem mil ONGs, às centrais sindicais, aos espertalhões agraciados pela bolsa-ditadura, aos malandros do MST. Muito menos do que torraram em propaganda, nas viagens ao redor do mundo no confortável aerolula, regado a scotch importado.
Quem sabe a culpada não venha a ser a professorinha que ganha 900 contos por mês?
Mas se todos os acusados aí de cima conseguirem bons argumentos para se defender, que ponha-se a culpa nos milicos. Pronto, tudo resolvido. Culpe-se a ditadura.
Assim, enquanto desviam a atenção do povão, fingindo que estão procurando ossos, podem gastar 1.000 reais por cada (cacofonia não é mais pecado) exemplar de “Por uma vida melhor”.
Sua autora, Heloísa Ramos, deve estar rindo à toa. Recebeu 700 mil por sua “obra”. Graças à ela, o Brasil voltará mais rapidamente à pré-história da civilização. Nunca antes na história de um país, alguém terá conseguido tamanha proeza.
As grandes vítimas dessa paranoia ideológica governamental serão nossas crianças. Se continuarem assim, elas se transformarão nos dinossauros do III Milênio.
Enquanto isso, felizes da vida, os companheiros comemoram: “enquanto eles pega os pexe, nóis fica co dinhero”.
Coisas dos “intelectuais” do MEC, os mesmos incompetentes, responsáveis-irresponsáveis pelos dois últimos fracassos do caríssimo ENEM. Como não saiu do “borso” deles, dá-lhe festa!
() General da Reserva