A posse acontecerá no dia 6 de julho, mas antes as profissionais recebem orientações sobre a função
Desde a segunda-feira, dia 27 de junho, as conselheiras tutelares eleitas para a gestão 2011/2014, estão fazendo curso de capacitação com os profissionais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), na Lapa.
As palestras foram ministradas no Adolescentro pela equipe formada pela assistente social e coordenadora da entidade, Liziane Ramalho Velho dos Santos, e pelos psicólogos João Antonio Neto e Olidete Inês Cella. Na sexta-feira foi proferida palestra pelo Promotor de Justiça da Comarca da Lapa, Dr. Felipe Lamarão de Paula Soares.
Durante o curso foram abordados assuntos como a legislação referente às crianças e adolescentes, as atribuições do conselheiro tutelar, aspectos psicológicos da família e da pessoa atendida, entre outros assuntos. As palestras são obrigatórias para as conselheiras titulares e opcionais para as suplentes.
Liziane conta que considera “de grande importância a participação das eleitas, porque percebe-se que elas precisam ter uma visão do que realmente é o Conselho Tutelar, que na prática da profissão que elas exerciam anteriormente é totalmente diferente”.O psicólogo João Antonio Neto, contou que a importância do curso se dá por conta da troca de informações que acontece entre os profissionais. Sobre os desafios das conselheiras, João acredita que são os mesmos de todos os outros locais do Brasil: a questão da indisciplina e da falta de ética na sociedade. “O grande desafio é tentar mostrar para estas famílias que elas são capazes de resolver os seus próprios problemas, que 70% das soluções está em seu núcleo familiar, aplicando a disciplina”, afirma ele.
Segundo a Diretora de Ação Social e Secretária do Conselho Municipal de Direito das Crianças e Adolescentes, Eliane Serena, o curso foi importante para trazer o conhecimento teórico para a nova equipe, exigindo mais o conteúdo do Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA).
O Conselho Tutelar deve ser procurado nos casos de violência e de abandono de adolescentes. Ou quando eles estejam envolvidos em delitos. Quando isso acontece os pais e o Conselho são convocados para acompanhar a criança ou o adolescente.
Todos podem e devem contribuir com o trabalho do Conselho Tutelar, que recebe denúncias anônimas de violação de direitos ou abandono. Caso você deseje se manifestar, basta entrar em contato com o Conselho pelo telefone 3911-1093, em horário comercial; ou pelo telefone de plantão 8805-4932. Ainda é possível entrar em contato com o CREAS, pelo telefone 3911-1083. O Conselho Tutelar está localizado na Rua Otávio José Kuss, n.º 369, ao lado do Adolescentro.
A população está convidada para a posse das conselheiras, que acontecerá no Adolescentro, no dia 6 de julho, às 10h. O Adolescentro está localizado na Rua Otávio José Kuss, 383, próximo à Creche Jose Lacerda.
A nova equipe de conselheiras tutelares passou pela capacitação e enfrentará os desafios da Lapa. Elas foram questionadas sobre o que motivou à participação.
– Roseana Metz da Silva, a candidata mais votada, já foi conselheira há alguns anos e era cobrada pelos conhecidos para voltar a atuar. “Eu sentia a necessidade de voltar, podendo fazer algo pela criança e pelo adolescente”, diz ela.
– Ana Lúcia da Silva da Luz, auxiliar de enfermagem, ficou em 3º lugar, com 120 votos. Ela conta que o índice de drogas e do abandono das crianças no município a motivou a se candidatar. “A gente se preocupa com essa carência do município. E acredito que com essa equipe vamos conseguir fazer a diferença”, afirma.
– Joesseli Ribeiro Coelho, 4ª colocada, teve 108 votos e se mostrou bastante entusiasmada com a nova função: “A minha primeira experiência de emprego foi com crianças, na Creche José Lacerda. E eu vi nesta candidatura a oportunidade de trabalhar com o que eu gosto. Vou dar o meu melhor, com certeza”.
– Maria Luci Ferreira Pinto obteve 95 votos. Ela se reelegeu conselheira, e falou sobre o que precisa ser feito. “Precisamos orientar os pais, pois a criança e o adolescente precisam da educação paterna. Eles são vítimas de pais que ainda não aprenderam a educar corretamente. O nosso grande problema é com as drogas e os pais não sabem o que fazer. Nós fazemos a orientação e o encaminhamento”.
– Juracy da Silva Ganzert é a primeira suplente, obteve 86 votos. “Eu já trabalho há seis anos com a Pastoral da Criança e achei que deveria dar mais este passo, pois vemos muita injustiça no mundo. Decidi abraçar esta causa também”, afirma ela. “Precisamos das respostas para dar aos pais. É um trabalho que dignifica, mas também é um trabalho árduo”, finaliza.
No curso de capacitação participaram todas as titulares e três das suplentes (Juracy da Silva Ganzert, Alana Adão e Alessandra da Cruz Silva Fagundes). Das titulares, a segunda colocada, Eliane de Almeida Sossela Gomes, preferiu não conceder entrevista.
