Dia desses, uma colega ligou-me perguntando se eu faria a ela uma bola de meia, ou uma peteca, ou algum outro brinquedo usado por nós antigamente.
A palavra antigamente faz parecer que passou tanto tempo! Mas quem com mais de 30 anos vividos, nunca brincou de ‘cinco marias’, ‘peteca’, ‘bilboquê’, ‘casamento atrás da porta’ que dizia: -É esse? –Não! – É esse? – Não! É esse? – É! Aí a gente escolhia: pêra, uva, maçã ou salada mista. Cada escolha correspondia a um aperto de mão, beijo no rosto ou beijo na boca… Tudo tão divertido! Sem falar da ‘amarelinha’, ‘bombarqueiro’ e muitas outras brincadeiras nas quais enfileiravam-se vários bichos como gato, ratos, coelhos e galinhas. Pular corda, então! Ai que medo de ‘pagar mico’ se entrasse e saísse no momento exato ou caísse no momento errado… Quando as parlendas eram cantadas, a brincadeira ficar mais divertida e compassada.
Aos domingos, depois do almoço, íamos à casa da avó onde todos os primos estavam reunidos e a brincadeira rolava a solta.
E hoje? Do que nossos filhos brincam? Eles brincam?
Hoje tem a avenida, o Orkut, o Msn, o GTA, o Facebook, o Twitter e mais uma série de formas ou recursos para ocupar o tempo, gastar o tempo, perder o tempo.
Uma vilã, no bom sentido, é a famosa internet que também rouba a infância dos filhos mais favorecidos. Diante de tanta novidade crescem sem raízes, pois as mudanças ocorrem com muita velocidade, talvez a dos ‘megas’…
Esquecendo um pouco o momento de nostalgia e vivendo hoje no turbilhão de informações, desejos e obrigações, volto à minha colega que me pediu esse material porque o seu filho teria que levar para um trabalho na escola.
Então quer dizer que nem tudo está perdido! Em algum lugar, tem uma escola tentando resgatar essas raízes. Costumes e tradições que nossos avós ensinaram a nossos pais, nossos pais ensinaram a nós e nós deveríamos passar aos nossos filhos, só que não estamos conseguindo. Tentar é preciso, continuaremos com a idéia do resgate para que nossos netos não tenham que pesquisar na internet as brincadeiras de antigamente! Na escola do filho da minha colega, na escola em que leciono no interior e talvez em outras que não tenho conhecimento, está acontecendo esse resgate…
Vamos seguir esse exemplo!
Aqui vai uma dica:
Você vai precisar de:
1 garrafa pet, Barbante, Jornal, Fita adesiva,Tesoura.
– Corte o bico da garrafa pet, amarre um barbante no gargalo (70 cm) e faça uma bola de jornal, envolva com fita adesiva e amarre na outra ponta do barbante. Assim você terá um bilboquê!
Viviane Gemin é Professora e Acadêmica em Arte Educação.
