DO LEITOR – Era uma vez o Parque do Monge

Como cidadão lapeano, escrevo como um grande admirador da odisséia que foi a vida e história do Monge da Lapa, habitante de tempos longínquos de nosso Parque de nome homônimo.

A história de São João Maria – um homem de milagres e compaixão pelos necessitados – remonta a séculos e se perde no tempo. Um orgulho para os lapeanos, porque sua história extrapola nossas fronteiras. Os milagres que os romeiros dizem ter conseguido são algo que não podemos medir.

Gente do Brasil todo vinha para Lapa para visitar o Parque: suas grutas, a pedra partida, onde muita história – fatos ou mitos – são contados por tradição oral e em livros. Pessoas antigas rememoram João Maria como um Santo que vivia nas grutas, se alimentava da natureza e lá ajudava as pessoas que mais precisavam.

Penso que Parque Monge não se constitui apenas em um recanto ecológico, ele é um pouco da alma de nosso povo. Divulgaram que seria extraída a madeira do local e com o numerário da venda – o que acredito que não foi pouco – restaurariam Parque do Monge, por meio de uma infraestrutura moderna. Disseram ainda que seria reflorestado com árvores nativas. Confesso que achei louvável a iniciativa.

Não foi o que aconteceu! Muitos caminhões de madeira – pinos e outras espécies como as Araucárias – foram retirados, não sei se vendidos. O retorno disso em favor do Parque? Não obtive resposta. Não sei se a responsabilidade é municipal, estadual ou federal. O que sei, é que não sabemos nada. O tempo passa e o que vemos é nosso Parque destruído, trazendo prejuízo à Lapa, principalmente, no que concerne ao turismo da cidade.

Repararam como tanto se repete com orgulho as histórias de bravuras dos heróis do Cerco da Lapa? Diante disso, lanço a pergunta: onde estão os heróis do presente? Aqueles que podem e devem ressuscitar nosso querido Parque do Monge.

Gostaria que eleitos e eleitores se unissem em torno desta causa, esclarecendo onde foi investido o dinheiro da venda da madeira do Parque do Monge; quem são os responsáveis pela retirada e como dar-se-ia a reestruturação do local. Se o problema não for resolvido que se divulgue na mídia os acontecimentos. Não sejamos omissos! Pensemos nos heróis do passado, mas vivamos o nosso presente. Espero sinceramente que sejam tomadas medidas concretas restauração e reativação do Parque do Monge. A população receberá com orgulho este presente.

 

João Martinho Meira é Engenheiro Agrônomo e Professor aposentado –  martinhomeira@gmail.com

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