Cadeia não dá voto!

Durante todo o ano de 2010 o Congresso enrolou e não votou projeto que liberaria cerca de R$ 500 milhões para viabilizar 38 mil vagas no sistema penitenciário. Afinal, investir em cadeias não dá voto, certo? O melhor é anunciar PACs e outras obras que ficam só no papel, mas “dão mídia” e, claro, votos.

Este valor de 500 milhões possibilitaria zerar o problema dos presos que cumprem pena provisória – ainda não foram julgados ou têm direito a recursos – em pelo menos 20 Estados e amenizar a situação nos demais.

A proposta foi empurrada com a barriga, ou melhor, com as barrigas, e como não foi votada até o dia 31 de dezembro terá de ser reiniciada do zero, ou seja, mais enrolação para agravar um problema que já é gravíssimo.

O problema das cadeias no Brasil é algo que se arrasta há décadas e ninguém se interessa em resolver. Prendem bandidos (?), jogam em celas superlotadas para alimentar ainda mais o ódio e raiva descontada depois na sociedade como um todo. Nossos presídios não recuperam ninguém.

Muitos roubam um pacote de arroz no mercado e saem membros do PCC com direito e vontade de matar.

E assim caminhamos para aumentar ainda mais o caos e as manchetes policiais que já se tornaram rotina. Hoje não se espanta mais com homicídios. A pessoa só torce para que ela não seja a próxima vítima. É só isso que nos resta, torcer.

Junto a esse caos, a falta de policiais. Sem profissionais para investigar os crimes, realizar as ações de combate e prevenção, a sociedade está à mercê da violência.

Mas, qual o interesse dos políticos em resolver o problema? Nenhum! Sempre que se fala em superlotação nas delegacias e presídios, ou na falta de policiais, a sociedade se volta contra si mesma: esquece que muitos dos tantos bandidos que estão entre as grades são vítimas de um Estado ausente, de uma sociedade desorganizada e que espera que o governo resolva tudo. Então, percebe-se que não são somente os políticos que não se preocupam com a situação. O problema vem da base, de quem está em casa e só quer se preocupar com o capítulo de hoje da novela das 21h. Para quê se preocupar com a questão? “Os políticos que se preocupem”.

Mas, se somos nós que estamos sentindo a consequência disso tudo, porque não reagimos como cidadãos realmente conscientes e cobramos atitudes do poder público?

Na edição desta semana trazemos a notícia sobre a atitude tomada pelo Promotor de Justiça da Comarca da Lapa, Dr. Felipe de Paula Soares, que denunciou a situação da falta de efetivo policial em Contenda e Lapa. Uma atitude louvável. Espera-se que o Estado resolva a situação. Você também pode ajudar a pressionar.

Ainda nesta edição, você acompanha a notícia sobre a visita do Deputado Micheletto no Sindicato Rural. Ele abordou o tema do Código Florestal, que vai para votação no Senado em agosto. O que ele pediu? Participação da população para que o Código seja votado, da melhor forma para a sociedade. Assim, ficou como missão os agricultores enviarem correspondências e e-mails para os seus representantes, cobrando atitudes.

Mais sobre participação popular e segurança? Veja o caso do atropelamento que aconteceu na última semana na Lapa. Quem tem que mudar de atitudes? Uma sociedade que não tem educação no trânsito. Ou seja: você, o seu vizinho… Todos os moradores da Lapa.

Mas, é muito fácil dizer que o morador do outro lado da rua é que tem que mudar… Na consciência de muitos, a lei existe somente para o cidadão ao lado. Aí mora a semente da corrupção…

Então, não adianta reclamar do seu representante, se você mesmo não faz nada para modificar a sua realidade!

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“O covarde nunca tenta. O fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste”. (Norman Vincent Peale)

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