Um estímulo aos alimentos seguros

Projeto de diversas entidades está orientando produtores de hortaliças da agricultura familiar de Lapa e Contenda, entre outros municípios, a se preparam para produzir alimentos seguros

Entidades de apoio e de ensino desenvolvem um trabalho em conjunto nos principais polos produtores de hortaliças da Região Metropolitana de Curitiba, localizados nos municípios de Colombo, Campo Largo, Contenda, São José dos Pinhais, Mandirituba, Lapa e Araucária.

O projeto teve início em 2010, a partir de um convênio firmado entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sebrae/PR, Sistema Faep-Senar/PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR).

Para planejar as ações, que visam estimular os produtores a adotarem boas práticas agrícolas, os parceiros realizaram um diagnóstico com 100 produtores rurais. O levantamento demandou diferentes atividades de campo e de laboratório, como coleta de dados, amostras de plantas e tabulação, análise e interpretação dos resultados. Os agricultores foram entrevistados por acadêmicos do curso de Agronomia da UFPR, orientados por professores especialistas nas áreas de produção vegetal, manejo e conservação de solos, controle fitossanitário e extensão rural. Na Lapa, 15 agricultores receberam os estudantes para as entrevistas e orientações.

Em Contenda, foram 18 os entrevistados.

RESULTADOS

Na quarta-feira, dia 10 de agosto, os parceiros promoveram, em Pinhais, um Dia de Campo, na Estação Experimental do Canguiri, das 9 às 15 horas. O evento marcou uma das fases do projeto que objetiva levar conhecimento sobre gestão e técnicas de produção aos produtores, para que possam melhorar seus resultados e se adaptar às novas exigências do mercado e às mudanças no comportamento dos consumidores que têm priorizado questões como alimentos seguros, praticidade, comodidade, novidades e preservação ambiental.

Durante o Dia de Campo, foram realizadas oficinas práticas sobre diversos temas, como plantio direto; uso de plástico na agricultura (mulching e túneis); principais doenças de hortaliças; manejo de solos e controle de erosão e manejo integrado de pragas.

De acordo com a consultora do Sebrae/PR e gestora do Projeto Organização da Cadeia Produtiva de Hortifrutigranjeiros, Maria Isabel Rosa Guimarães, o levantamento surgiu da necessidade de se otimizar os recursos do campo e as práticas agrícolas. Segundo ela, os resultados obtidos fornecem uma visão da realidade da atividade agrícola na região, especificamente da horticultura, e constituem importantes ferramentas para técnicos e produtores.

“Além disso, permitem que as diversas instituições possam agir em conjunto, de forma mais atrativa e organizada junto aos agricultores. Uma vez conhecidas as lacunas e demandas ainda não atendidas, aflora a possibilidade de fazer com que os participantes das cadeias produtivas se entrosem, criando argumentos concretos para que se tornem mais produtivos e expressivos, possibilitando o fortalecimento da cadeia de hortigranjeiros na Região Metropolitana de Curitiba”, afirma.

Para Maria Isabel Rosa Guimarães, a parceria entre as entidades e os resultados obtidos a partir das pesquisas de campo são estratégicos para subsidiar ações corretivas e de desenvolvimento, visando a melhoria da cadeia produtiva e, consequentemente, a sustentabilidade do horticultor. “Outro aspecto importante do projeto é o fato dos estudantes terem tido oportunidade de vivenciar a realidade da horticultura na Região Metropolitana de Curitiba. Esse tipo de ação estimula uma mudança de cultura e amplia as competências e a especialização dos produtores rurais”, avalia Maria Isabel Rosa Guimarães.

De acordo com Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), a região de Apucarana e a Região Metropolitana de Curitiba respondem por 56% da produção estadual.

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