O lapeano Ronaldo Wagner da Silveira fez denúncia na Promotoria da Comarca da Lapa a respeito do atendimento no Hospital Regional da Lapa São Sebastião.
Acompanhe o relato de Ronaldo ao Ministério Público:
“Estive acompanhando minha esposa C.F.C. no referido Hospital (São Sebastião), passando mal com fortes dores no peito. Fui bem atendido pela funcionaria que imediatamente chamou a enfermeira, a enfermeira prestou os atendimentos preliminares. Após isso ela requereu o atendimento ao Dr. Günter, que de pronto se negou em prestar atendimento, em contrapartida entrou na sala o Dr. Carlos Antonio da Silva, mesmo percebendo o estado de saúde de minha esposa também se recusou a atendê-la, e em ato continuo dirigiu-se para a porta de saída.
Perguntei se ele era médico, ele respondeu que sim. Perguntei ainda se não poderia prestar atendimento ante a emergência, o mesmo respondeu que não iria atender, mesmo estando de plantão.
Ainda apresentando fortes dores no peito e com a única saída de tentar o pronto atendimento deste município, mesmo sabendo que em caso de algo mais grave poderia perder minha companheira, liguei para a direção administrativa do referido hospital que prontamente me atendeu, solicitou meu numero de telefone onde retornaria em seguida, solicitando para aguardarmos nas dependências do hospital. Após cerca de dois minutos o referido diretor retornou e solicitou que fossemos novamente para a mesma sala de atendimento, o médico prestaria os atendimentos ante a emergência do estado de saúde de minha esposa.
Após sermos atendidos pela enfermeira chefe do hospital, ela mencionou que o medico Dr. Carlos Antonio da Silva, faria o atendimento, o que não ocorreu. Mesmo o diretor administrativo tendo requerido, ele somente apareceu na sala para novamente dizer que por determinação do diretor clínico não faria o atendimento.
Criei-me nas dependências do referido hospital (São Sebastião), sempre tido como referencia em atendimento. Quando adoecia procurava o mesmo, e prontamente fui atendido. A enfermeira mesmo inconformada me repassou que é uma determinação do diretor clínico que pacientes não serão mais atendidos naquele hospital, em especial moradores deste Município, somente alunos do Colégio Agrícola por acordo interno.
Creio que vossa excelência, também esta se perguntando o porquê disto, se o hospital existe e sempre prestou atendimentos, de uma hora para outra deixam de atender. Com base em que argumento, deixa de prestar um serviço garantido pela Constituição Federal, lembrando que não era uma simples consulta era uma emergência e jamais procurei atendimento médico sem necessidade.
Posto isto, também informo que tomarei as medidas necessárias perante o conselho de medicina do Paraná, para que administrativamente apure as responsabilidades em face dos profissionais e os puna com rigor.
Uma vida jamais poderá ser substituída por outra, mas os atos daqueles que o nosso bem maior, jamais poderão ficar em pune”.
O PARECER DO HOSPITAL
Segundo a direção do Hospital São Sebastião a Clínica Médica está funcionando normalmente. Mas, só atende pacientes que já passaram pelo Pronto Atendimento (P.A.) e foram encaminhados para o Hospital Regional São Sebastião. Segundo os diretores do Hospital Regional, o primeiro atendimento deve ser feito pelo P.A.
Em relação ao caso levado ao Ministério Público, a direção do Hospital preferiu não se pronunciar.
As únicas informações que foram passadas são: que no Hospital o médico de plantão verificou os sinais vitais da paciente e a encaminhou para o P.A. para serem feitos exames mais detalhados.
