Pássaro fantasma visita Escola Manoel Pedro

Um visitante inusitado está chamando a atenção de professores, funcionários e alunos da Escola Municipal Manoel Pedro. Uma ave diferente que, quando as pessoas se aproximam, bate asas até a árvore mais próxima.

A direção da Escola chamou a Tribuna para conferir a visita do pássaro. Trata-se do Urutau, uma ave noturna restrita às regiões mais quentes da América, que pertencem ao gênero Nyctibius e à família Nyctibiidae. Também são chamados de mãe-da-lua.

E a descoberta da “Mãe-da-lua” é responsabilidade dos alunos do turno da manhã do Manoel Pedro, que avistaram o pássaro e comentaram com as professoras. Depois da descoberta, todas as demais turmas foram chamadas para avistarem o Urutau. Também foi feito um trabalho especial com os alunos, sobre a história do pássaro, suas características e hábitos.

O urutau é uma ave de hábitos noturnos. Sua alimentação é constituída basicamente de insetos que apanha em pleno vôo, principalmente os grandes, porém pode comer outros animais de pequeno porte, como morcegos, lagartos e pequenos pássaros.

É uma ave que utiliza muito bem sua plumagem para se camuflar. Como pode-se observar na foto, ele é facilmente confundido com o tronco da árvore. Costuma ficar estático, não se assustando facilmente. Normalmente acaba flagrado apenas porque alguém mais atento notou que “o pau se mexia” ou, eventualmente, durante o bocejo. Via de regra, porém, pouco se move durante o dia, ainda que permaneça à espreita, pronto para fugir frente a algo que julgue como uma ameaça. Chega a alcançar até 37cm, fora a cauda.

FORÇA

O urutau é tido como nobre pelos moradores rurais por simbolizar força e pela forma como se protege dos perigos e dos predadores. A ave, por seu canto, figura entre várias lendas. Segundo os sertanejos, o urutau aparece na hora em que a lua nasce e seu canto triste se assemelha a “foi, foi, foi…”. Uma lenda diz que o pássaro seria uma mulher que perdera seu amor. Por isto, ele teria o nome de pássaro-fantasma. Outros dizem que o canto da ave é um presságio ou aviso de morte de algum familiar.

Alguns pesquisadores argumentam que o nome da ave vem da união de duas palavras do guarani: guyra (ave) e taú (fantasma). Outros dizem que o nome é uma onomatopéia para o canto do pássaro: urutau, urutau, em notas graves e decrescentes.

HISTÓRIA

São raras as pessoas que já viram um deles, ou que escutaram o seu belíssimo canto noturno. E menos ainda aquelas que têm conhecimento de suas estranhas adaptações, relatadas apenas em tratados científicos pouco acessíveis ao público leigo.

Já no período quinhentista, essa ave fascinante foi mencionada pelo Padre

Francisco Soares, no clássico “Coisas notáveis do Brasil”, de 1594. Também aparece em diversas outras crônicas e obras descritivas posteriores, sobre o Brasil e países vizinhos.

De uma maneira geral, os urutaus são estranhos aos padrões com que estamos acostumados a conceber as aves. Trata-se, talvez, de um daqueles dilemas de estética: são feios pelos grandes e ameaçadores olhos, que se posicionam próximos à boca, colossalmente desproporcional ao bico. Ao mesmo tempo são bonitos pelo tanto de insólito que têm essas mesmas características. É uma verdadeira contradição de beleza que permite reavaliar os conceitos de beleza.

Segundo as professoras e a direção, parece que o “pássaro fantasma” irá ficar por mais algum tempo no pátio da escola, pois não parece se incomodar com a presença das crianças e com toda a movimentação da escola.

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