Infiltrações e problemas na estrutura dos camarotes diminui a capacidade de público do Theatro

Com mais de 135 anos de existência, o Theatro São João esteve presente em fatos marcantes da história da Lapa.

No ano de 1880, por exemplo, Dom Pedro II visitou as instalações do prédio. Anos mais tarde, durante o Cerco da Lapa, o Theatro foi usado como enfermaria para os valentes militares comandados por General Carneiro, durante a Revolução Federalista. Em 1950 o Theatro estava quase em ruínas e então foi adaptado para abrigar a sede da Rádio Legendária, atualmente da Fundação São Benedito da Lapa, permanecendo no local durante 25 anos.

No ano de 1976, já tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Theatro sofreu uma grande reforma e foi aberto novamente ao público lapeano para apresentações e espetáculos.

REFORMAS

Desde sua inauguração, em 1876, o Theatro São João passou por poucas reformas. A última foi realizada em 2004, em uma parceria entre Petrobras, Ministério da Cultura e Governo Federal. Na ocasião foram gastos cerca de R$ 650 mil na restauração da fachada de alvenaria, reforma do assoalho e palco, além da melhoria nas redes elétrica e hidráulica do prédio.

Hoje o Theatro é usado com frequência e conta com 213 lugares. Porém, alguns camarotes localizados na parte superior do prédio estão interditados. Problemas na sustentação dos camarotes e infiltrações fizeram com que o IPHAN recomendasse uma diminuição de lugares por questão de segurança. Portanto, hoje o Theatro pode abrigar 146 expectadores.

Segundo o diretor do Theatro São João, Márcio Assad, nas próximas semanas será dado início às obras de revitalização do prédio. “O impacto é grande quando se chega ao Theatro e se vê que alguns camarotes estão interditados, mas a solução não é de grande complexidade”, afirma Márcio, complementando que o Theatro não está caindo, apenas está com problema na estrutura. “Esse problema e as infiltrações serão resolvidos parcialmente nessa próxima reforma”, afirma.

Ainda segundo o diretor do Theatro, a demora para as obras de revitalização acontecem se dá por causa da falta de recursos. A reforma será relativamente simples, mas por conta da importância e da arquitetura única do Theatro, é preciso mão de obra altamente qualificada para se fazer qualquer obra no prédio.

“Entre as próximas duas semanas serão feitas pequenas intervenções no Theatro, coisa rápida. Acredito que em um mês as obras estejam prontas”, conta o diretor. Segundo ele, para a realização dos reparos, não será necessário fechar o Theatro, tanto que a agenda de eventos do local está lotada para os próximos meses.

Com a reforma, que tem previsão de término para o início do mês de junho, o Theatro poderá abrigar novamente a sua capacidade máxima de 213 expectadores.