Estado terá uma quebra na safra de soja de 2,01 milhões de toneladas

 

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento divulgou na terça-feira, 25 de fevereiro, uma prévia das perdas nas lavouras de soja e milho da primeira safra de grãos 2013/14, em decorrência da forte estiagem e elevação de temperaturas acima do normal entre o final de janeiro e meados de fevereiro, no Paraná.

O clima também pode provocar o atraso no plantio da segunda safra de milho e muitos agricultores que estavam planejando plantar o milho safrinha estão migrando para plantar o trigo, que pode registrar um aumento de 20% na área plantada.

Apesar da colheita estar em andamento, já é possível avaliar que a soja será o grão mais afetado. O Departamento de Economia Rural (Deral) está prevendo uma quebra de 2,01 milhões de toneladas para a soja e menor para o milho, 100 mil toneladas, da ordem de 2,1%. Os prejuízos financeiros aos produtores devem atingir até R$ 2,5 bilhões, sendo a soja a cultura onde o produtor mais perde.

“Esse quadro é lamentável, principalmente quando até a penúltima semana de janeiro a safra vinha exuberante e enchia os olhos quando percorríamos o Interior do Estado. Infelizmente as altas temperaturas praticamente cozinharam as plantas por dentro”, disse o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara. “Mas de qualquer forma, a colheita está a todo vapor porque a incidência da estiagem e calor variou bastante nas regiões do Estado. Na soja a colheita já avançou 40% da área plantada”.

Na estimativa anterior, o Deral previa uma produção recorde de soja de 16,5 milhões de toneladas. Mas agora reduziu a estimativa de produção para 14,5 milhões de toneladas, menor do que o resultado obtido no ano passado, quando foram colhidas 15,8 milhões de toneladas no Paraná. A redução inicial é de 12,2% em relação à estimativa anterior. A região mais afetada foi o Norte Pioneiro, onde as quebras de safra estão perto de 50%, seguidas da região Norte onde a quebra de safra pode atingir 34% na regional de Londrina. As regiões Noroeste e Sudoeste também perderam em torno de 15% a 20% respectivamente.

Nas lavouras de milho as perdas foram menores do que se imaginava. Na média do Estado, a quebra do milho da primeira safra está estimada em 2,1% do volume total esperado. Até o mês passado o Deral previa uma colheita de 5,62 milhões de toneladas. Essa expectativa foi reduzida para 5,5 milhões de toneladas. O prejuízo financeiro aos produtores está sendo avaliado em R$ 42,5 milhões.

Assim como na soja, a região do Norte Pioneiro está registrando maiores perdas do milho, que podem chegar a 29% em Cornélio Procópio, 17,5% em Jacarezinho, 10% em Londrina e 11% em Maringá. As perdas que estão sendo registradas na região Norte do Estado estão sendo compensadas por produtividades acima do esperado vindas da região Sudoeste.

Segundo Ortigara, o resultado mais desastroso do clima na produção de milho está sendo o atraso no plantio da segunda safra, que é a maior do Estado e mais esperada pelo mercado, salientou. Com isso a redução de área plantada com milho safrinha no Paraná, que já estava estimada entre 10% a 11%, pode ser maior.

O comprometimento da segunda safra poderá ocorrer no rendimento porque tem produtor que plantou no pó e pode não alcançar a produtividade esperada e outros estão esperando pela chuva e também pode ter o rendimento comprometido, disse o secretário.

Com a indefinição do clima, está havendo uma migração de culturas. O Deral detectou que quem está desistindo de plantar o milho da segunda safra deverá plantar o trigo nessa temporada de inverno 2014.

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