Eleição vai além de registrar o voto na urna

Nesta edição a Tribuna Regional inicia um trabalho voltado à cidadania, à conscientização do leitor e eleitor, com foco nas eleições de 2014. Nesta edição, trazemos a você dados a respeito dos mesários voluntários inscritos na 10ª Zona Eleitoral, que abrange os municípios de Lapa e de Contenda.

E, neste bate papo informal, abrimos espaço para artigo do lapeano Luiz Carlos Borges da Silveira, refletindo sobre as consequências do voto de cada cidadão brasileiro. Com estas ações (e contribuições de colaboradores), o pequeno Grande jornal da Lapa e região pretende esclarecer dúvidas dos eleitores, informar e procurar auxiliar no processo democrático.

A seguir, o artigo de Borges da Silveira. Reflita! Acompanhe os debates, acompanhe a vida política, pois dela depende o desenvolvimento do País, de sua região, de seu município. De sua participação depende a qualidade de vida de toda a população.

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“É tempo de eleições, de escolher presidente, senadores, governadores e deputados estaduais e federais.

Acima de tudo é tempo de o eleitor refletir, pensar bem e escolher melhor. O apelo é renovado a cada eleição e precisa mesmo ser repetido, pois pelo que se observa ano após ano, eleição após eleição, é que a renovação é mínima, os maus políticos retornam e se perpetuam fazendo da política verdadeira profissão em defesa de interesses puramente pessoais – salvo algumas exceções.

No amplo elenco de malfeitorias que devem ser banidas está a corrupção, o desvio de dinheiro público, nefasta apropriação para proveito de pessoas, grupos e corporações. Estudos indicam que nos três níveis de poder o montante de desvio chega a 30% dos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios. Isto equivale a cerca de um terço da arrecadação. Há que se ter consciência do que tais valores representariam em investimentos em saúde, educação e segurança, para citar os três setores mais carentes e problemáticos.

Há investigações, inquéritos administrativos e policiais? Sim, como também apurações e até algumas prisões, ainda que na maioria das vezes meramente temporárias; geralmente os responsáveis não são devidamente ‘responsabilizados’ por seus delitos. E o mais grave: ainda que sejam presos e condenados, o dinheiro verdadeiramente roubado jamais volta, sendo raríssimos os casos de real e efetivo ressarcimentos dos cofres públicos.

Esse mal vai além da administração direta, atinge igualmente estatais, fundações, autarquias e outras instituições em que, quando não há corrupção diretamente, ocorre má administração, gestão temerária acarretando perdas de dinheiro público em obras inacabadas, projetos megalomaníacos que acabam sem nenhum resultado.

A corrupção é incontestavelmente um crime contra a humanidade, quem o comete prejudica os mais pobres, pois recursos desviados são verbas que deixam de ser aplicadas em programas sociais, em saúde básica, em educação etc. Agentes públicos, gestores de orçamentos e especialmente políticos, agentes cúmplices e coniventes, merecem ser execrados e banidos da vida pública.

Devem os políticos pautar sua atuação como legítima prestação de serviço ao povo, servindo ao país e não dele se servindo; enfim, devem exercer a política com seriedade, pensando não nas próximas eleições, mas sim nas próximas gerações.

A eleição, expressão máxima da democracia, é a oportunidade para a depuração; a arma para erradicar os maus políticos é o voto e, portanto, se torna necessário saber usar essa arma. Se mesmo a lei da ficha limpa é ineficaz para barrar os maus políticos, o eleitor pode barrá-los… pelo voto.”

Luiz Carlos Borges da Silveira nasceu na Lapa, é médico formado pela Universidade Federal do Paraná, entre suas diversas funções na esfera pública foi Coordenador Regional do FUNRURAL (1977-1978); Vice-Prefeito de Pato Branco (1976); Deputado Federal (1978 – 1982 – 1986) 3 mandatos (12 anos); Ministro de Estado da Saúde (1987 – 1989); Conselho Administrativo da CONAB – Nacional (1997 – 1998); Presidente da Associação de Amigos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (1997). Entre suas realizações no Ministério da Saúde, podem ser citadas: a Portaria estabelecendo a obrigatoriedade da inserção da frase “Fumar é prejudicial à saúde” nos maços de cigarro; a Portaria interministerial com o Ministro do Trabalho restringindo os locais para fumantes no ambiente do trabalho; a  Portaria autorizando e regulamentando os produtos dietéticos no Brasil; a criação da denominação “Zé Gotinha” para o símbolo da vacinação no Brasil; a criação da rede de Hospitais do Aparelho Locomotor (Sarah Kubitschek) com as unidades de São Luiz e Salvador; o Programa de Assistência Emergencial a Acidentados (SIATE) com a coordenação dos Corpos de Bombeiros em Curitiba e Rio de Janeiro; e o controle do sangue utilizado em transfusões com a exigência de exame dos doadores e ampliação da rede de hemocentros.

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