Mata do Uru em breve estará aberta a visitação

Em 2003, a Posigraf e a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) desenvolveram em conjunto o Projeto de Adoção de Áreas, uma parceria inédita e inovadora no Brasil. A Posigraf tornou-se a primeira empresa a “adotar” uma floresta com araucária (árvore típica do Paraná), a Mata do Uru, localizada na Lapa, garantindo recursos para sua preservação.

Em 2012, a iniciativa da Posigraf se tornou política pública no Estado do Paraná. Hoje, essa parceria se estendeu e o Grupo Positivo, por meio do Instituto Positivo, conserva esta Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de 131 hectares de mata nativa, que possui em seus remanescentes florestais algumas espécies vegetais e animais que se enquadram na categoria ameaçados de extinção.

O objetivo da adoção é manter a biodiversidade característica dessa floresta e repassar informações para a sociedade sobre a importância da conservação ambiental, por meio de visitas técnicas e o desenvolvimento de pesquisas científicas no local.

TRILHA DAS ARAUCÁRIAS

A trilha das Grandes Araucárias foi escolhida para ser revitalizada por se localizar em uma das áreas mais conservadas, de fácil acesso e com maior potencial para atender os visitantes. A trilha de 653 metros teve parte do traçado refeito para melhor aproveitamento do ambiente natural, onde placas indicativas foram instaladas ao longo da trilha, facilitando o entendimento da dinâmica ecológica de uma área natural protegida.

Ao final da revitalização, a trilha das Grandes Araucárias estará apta para receber pequenos grupos de visitantes. Inicialmente, escolas da região da Lapa e do Positivo terão prioridade na visitação, que deve iniciar a partir do dia 29 de setembro. Em breve, serão divulgadas as formas de agendamento de visitação por outros grupos.

ANIMAIS AMEAÇADOS E PLANTAS RARAS

Jaguatirica, paca, veado-campeiro e mais 38 espécies de mamíferos de médio e grande porte, além de 573 espécies de plantas, habitam a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Uru, a Mata do Uru. Os dados apresentados são resultados da pesquisa realizada pela bióloga e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo, Dayane May, sobre a ocorrência de fauna e flora nativa para a atualização do Plano de Manejo da propriedade. A RPPN Uru conta com aproximadamente 128,67 hectares de remanescentes nativos da Floresta com Araucária. Conservados por meio da parceria firmada em 2003 entre o Positivo e a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), a Mata do Uru faz parte do pioneiro programa de adoção de Floresta com Araucária, o Desmatamento Evitado.

Iniciada em outubro de 2012 e concluída em janeiro de 2014, a pesquisa comprova a grande biodiversidade presente na área. O levantamento da vegetação lista 573 espécies distribuídas em 102 famílias de plantas ainda não amostradas, entre elas 20 raras, 15 ameaçadas de extinção e uma raríssima – a Mimosa per-dusenii (Fabaceae). Já na pesquisa de fauna, foram registradas 41 espécies de mamíferos de médio e grande porte, sendo dez delas incluídas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná.

O levantamento da fauna foi realizado por meio de armadilhas fotográficas que capturavam as imagens dos animais que passavam à frente da câmera. Foram fotografadas espécies como a jaguatirica, paca, veado-campeiro, gato-mourisco, quati, irara, bugios, tatu-galinha, tatu-rabo-mole, gambá-de-orelha-preta, mão-pelada, cutia, entre outras.

Segundo Adriane Ribeiro, coordenadora do Instituto Positivo, este tipo de levantamento possibilita o conhecimento da composição da fauna e flora da RPPN Uru e gera subsídios para o desenvolvimento futuro de projetos relacionados à pesquisa, ensino e extensão, com foco em práticas de conservação, manejo e educação ambiental. “O objetivo do Instituto Positivo com a adoção da RPPN Uru é contribuir para o desenvolvimento científico e divulgação do conhecimento gerado, ampliando o engajamento para as necessidades de conservação de ambientes naturais”, comenta.

Para Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS, os resultados dos estudos vão além da demonstração da diversidade de flora e fauna da RPPN Uru, eles retratam os ótimos resultados de uma parceria que deve servir de referência para as demais empresas paranaenses. “É fundamental que outras empresas se inspirem na decisão do Positivo e apresentem-se para liderar, discutir e desenvolver as interfaces fundamentais do que poderá se transformar em uma iniciativa para o resto de nossas vidas”, declarou Borges.

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