E a nossa participação política?

A participação política envolve a possibilidade de influenciar de forma efetiva as políticas locais, regionais, nacionais e internacionais. Calcada a partir da ação intencional para impactar na agenda pública, na participação legal do sistema representativo, a partir do voto, nas campanhas, nas eleições e na estrutura legislativa.

A participação política ocorre também, pela participação nas estruturas, atividades e no trabalho partidário, em grupos organizados e em manifestações orientadas a exercer influência na pauta dos atores políticos e institucionais dos governos.

É muito comum se ouvir comentários de que a juventude hoje não se interessa por política, que é uma geração apática, alienada e consumista que passa a maior parte do seu tempo na frente da TV. Mas, em novembro de 2005, o IBASE e o Instituto Polis lançaram o resultado da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas públicas que ajuda a desmistificar essa apatia da juventude. Foram entrevistados oito mil jovens em 07 regiões metropolitanas brasileiras. Alguns dados interessantes: 28,1% dos(as) 8 mil jovens entrevistados(as) faziam parte de algum grupo; 85,8% dos jovens afirmaram se informar sobre o que acontece no mundo; 89% dos jovens acreditam que as pessoas devem se unir para defender seus interesses; 85% dos(as) entrevistados(as) disseram que é preciso abrir canais de diálogo entre cidadãos(ãs) e governo.

É fato que muitos jovens que desejam participar mais não sabem como fazer. Participação política pode ser bem mais do que votar em uma eleição. Esta é apenas uma das formas, por isso é muito importante tornar público quais os espaços já existentes e de que maneiras é possível participar!

Algumas instituições estão legitimadas na Constituição Federal para serem partes ativas e constitutivas deste processo: as associações, os sindicatos, os partidos políticos, assim como o próprio Ministério Público.

Mas, também é possível ser agente de mudanças participando de Conselhos Municipais de Políticas Públicas, através dos quais é possível tornar os governos locais mais abertos às demandas e necessidades da população e também tornar as ações do governo mais transparentes para a população.

Os Conselhos podem exercer funções: Consultivas – devem opinar e propor sobre assuntos relativos ao tema em que trabalham: saúde, educação etc.; Fiscalizadoras – acompanham a aplicação dos recursos para que não haja desvios ou má aplicação; e Deliberativas – representam a possibilidade da população participar mais efetivamente das discussões e decisões sobre as políticas, dentro dos limites estabelecidos por lei.

A participação nos conselhos pode ser, ou não, voluntária e qualquer pessoa pode participar das reuniões acompanhando, opinando e discutindo os temas em pauta, porém, para ter direito a voto nas deliberações internas dos conselhos é necessário passar por um processo de escolha ou delegação para se tornar conselheiro.

Há, ainda, a possibilidade de agir politicamente através dos Grêmios estudantis, que são organizações independentes formadas exclusivamente por estudantes que têm como principal objetivo a representação desses na escola.

Por fim, para aqueles que não estão mais nos bancos escolares, há a opção de se engajar nas Associações de Moradores, que são formadas por pessoas de uma mesma comunidade, bairro que decidem se unir para lutar por melhorias na qualidade de vida na comunidade. A associação de moradores pode ser um poderoso instrumento para a comunidade se organizar e pressionar o governo pelos seus direitos.

Há outras formas de participar da vida política, além do voto e das citadas acima. Através das Organizações Juvenis, que geralmente atuam em um contexto local e são motivadas pelo desejo de mudança positiva da realidade; ou através dos Fóruns de Juventude.

O importante é criar sua própria maneira de participar. E participar!

O que o Brasil precisa é do voto consciente, sim! Mas, além disso, da participação efetiva da população, criticando, cobrando, fiscalizando. Somente assim haverá a mudança que todos querem.

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