Presenteando no Natal

Os presentes são muito comuns nessa época do ano. Seja ele comprado, doado ou feito em casa, a tradição de presentear é muito antiga.

 

Com a chegada do Natal as pessoas já começam a montar as listas de presentes, partindo, em seguida, para as lojas. Outras, no entanto, preferem fazer tudo em casa, com as próprias mãos.

Mas, afinal, você já se perguntou de onde surgiu a tradição de presentear?

Tudo começou com o nascimento de Jesus, quando os três reis magos foram levar presentes ao Recém Nascido. Mas… Por que presentear? Antes de tudo, o presente representa afeto e não deve ser visto como um ato obrigatório. Dar um presente, portanto, é como “dar um abraço”, serve para aproximar ainda mais as pessoas.

Pensando neste sentido, é fácil entender o motivo de as pessoas ficarem tão felizes quando recebem um presente especialmente feito para elas. A lapeana Regina Tom, que trabalha com confecção e artesanato (junto de amigas no Clube das Formiguinhas), por exemplo, contou para a Tribuna Regional que é seu costume, desde o começo do ano, preparar artesanatos para presentear a família inteira. Ela também costuma adquirir produtos feitos por amigas. Segundo Regina, presentear com algo que foi feito em casa é ótimo, possui um grande valor emocional, além de todo o carinho e dedicação usados na peça. Sem contar que os familiares adoram ganhar presentes desse tipo.

 

OLHAR O OUTRO

Se, para alguns, o presente deve ter valor emocional, para tantos outros também deve servir para “olhar o outro”. É o caso dos voluntários que trabalham, principalmente na época natalina, arrecadando donativos para pessoas carentes. Neste caso, segundo os envolvidos, o maior presente quem recebe é quem participa, doando, entregando e se aproximando dos necessitados. Isso porque não há preço que pague o olhar de gratidão, a sensação de “dever cumprido” e de agradecimento por tudo que se tem e que, muitas vezes, não se dá valor.

Um exemplo de “olhar para o próximo” vem da chamada “Associação Voluntária de Amigos”, criada há 18 anos por iniciativa da voluntária Letícia, que decidiu reunir quatro ou cinco amigas para fazer o Natal em uma creche na Lapa doando brinquedos, comida e roupas. Atualmente, cerca de 20 pessoas participam de ações. Todos os integrantes pedem para não serem identificados, pois a intenção do trabalho não é que tenham reconhecimento na sociedade, pois acreditam que somente quem precisa saber de suas ações é Deus.

Os integrantes se unem para auxiliar pessoas carentes na Páscoa e no Natal, mas durante todo o ano também procuram “estender a mão” ao próximo. As doações e seus destinos variam de ano a ano. Em 2014, por exemplo, o grupo irá fazer o Natal de três famílias. Para isso, não serão arrecadados apenas brinquedos, mas também alimentos (com direito a muitas guloseimas e produtos que dificilmente integram uma cesta básica) e roupas.

A voluntária Letícia conta que a emoção de poder ajudar o próximo é muito boa. “É um sentimento muito forte, que não tem explicação”, conta ela, explicando que nestes 18 anos de trabalho olhando pelo próximo, já viu muita coisa: desde uma criança que chegou a comer 15 cachorros quentes durante a ação voluntária, até um idoso que nunca tinha tido a oportunidade de se alimentar à noite. Ela relata que neste período percebeu mudanças na sociedade. Hoje, há menos pessoas em situação de miséria. Há muitos que têm o que comer, mas não podem se permitir o excesso, como uma bolacha recheada ou um chocolate, por exemplo.

Seja doando, ajudando, comprando ou confeccionando, o Natal é época de relembrar o verdadeiro sentido da vida (que deve ser repetido em todos os dias do ano), presenteando os demais com o que Deus mais oferece: o amor, o perdão, a compreensão e a caridade.

 

BOX

Sendo do Bem!

Nessa época há pessoas que trabalham com doações e serviços sociais. Um exemplo é o grupo “Ser do Bem”, que durante todo o ano trabalha contando histórias em hospitais e levando alegria para os pacientes. Além disso, no final de ano, eles fazem uma festinha de Natal onde distribuem presentes e lanches para crianças de famílias carentes. Os pais também participam e o que garante o sucesso do grupo é a vontade de fazer o bem e, claro, das doações dos colaboradores. Gislaine Ziemann, vice-presidente do grupo, contou um pouco sobre o projeto à Tribuna Regional.

 

Tribuna Regional: Como surgiu a iniciativa da festinha de Natal?

Gislaine: Desde criança conheço a Vila Cristo Rei, por isso sei como há falta de opção de lazer para crianças, além de haver famílias carentes e por isso decidimos (grupo) a fazer uma festinha no fim de ano. Recebemos muitas doações de brinquedos e doces e na primeira edição conseguimos atender 200 crianças.

Tribuna Regional: Qual a reação das crianças e dos pais? E dos voluntários?

Gislaine: Foi ótima, não há dinheiro que pague a sensação ao ver as crianças recebendo os presentes. Os pais gostam desse trabalho por beneficiar os filhos, além deles mesmos, que podem participar da festa. Os voluntários ficam felizes, sentem-se realizados por estar ajudando alguém. Isso também ocorre durante o ano, quando visitamos hospitais.

Tribuna Regional: Como as pessoas podem colaborar com o grupo?

Gislaine: Pode-se acessar a página do “Ser do Bem” no Facebook para entrar em contato. Para a festinha de natal aceitamos doação de brinquedos, doces, pães e outros ingredientes usados para fazer o lanche. Essa iniciativa pode ser levada para frente com a ajuda de colaboradores, o que é importante.

 

 

nome fictício da voluntária citada no texto.

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