Paraná vai “privatizar” Parque do Monge

Estudo indicará o modelo de gestão a ser usado pelo setor privado no turismo das quatro unidades que serão repassadas à iniciativa privada.

Na segunda-feira, 29 de junho, a Gazeta do Povo divulgou em sua edição impressa que o governo do Paraná analisa a possibilidade de repassar para a iniciativa privada a gestão turística de quatro unidades estaduais de conservação ambiental: os parques de Vila Velha, do Guartelá, do Monge e da Ilha do Mel. O resultado deve ser anunciado no fim do ano, após a conclusão de um estudo de viabilidade econômica que está sendo feito pelo Instituto Semeia, de São Paulo. Segundo o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Guilherme de Camargo Vasconcellos, o Semeia não irá cobrar pelo trabalho.

Juntas, as quatro unidades recebem 250 mil visitantes ao ano – equivalente a um quarto do número anual de turistas do Parque Nacional do Iguaçu. Contudo, os números podem ser bem maiores. Nos anos 2000, o Parque de Vila Velha chegou a ter 90 mil visitantes ao ano. Mas a quantidade vem caindo. Em 2013, foram 71 mil e, no ano passado, 64 mil pessoas estiveram no parque.

O formato de gestão será decidido somente depois que várias opções de melhorias para ampliar a visitação forem consideradas. Entre os modelos que estão sendo avaliados está a concessão à iniciativa privada, a parceria público-privada (PPP) ou a adoção por uma organização. O estudo faz parte de um projeto maior, chamado de Parques Paraná, que irá buscar soluções para estimular o turismo em 14 unidades de conservação. Também os preços devem ser definidos. Algumas das unidades não têm pagamento de ingresso atualmente, como é o caso da visitação dos cânions do Guartelá.

Clóvis Borges, diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), reforça que, além de fazerem os parques gerarem renda e melhorarem o receptivo aos turistas, é preciso levar em consideração os aspectos ambientais. “Os parques não podem continuar desprotegidos”, comenta. Ele afirma que a parte destinada aos turistas no Parque Nacional do Iguaçu é organizada, mas que na ampla extensão da unidade continuam ocorrendo casos de caça e tráfico de animais, por exemplo. Borges espera que o foco mais atento nas unidades estaduais resulte em mais proteção para as áreas.

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