É uma árdua batalha, tanto contra o tempo quanto contra si mesmo. O cidadão decide que quer tornar sua comunidade melhor (ou apenas decide que pode assentar o traseiro por quatro anos nas benesses públicas) e inicia-se a luta diária.
Fatigante, estressante, incerta. Essa é a vida de um candidato na batalha pelos votos dos eleitores. Uma grande maioria muda completamente de postura perante o público, mostrando-se amigo de todos, cumprimentando aqueles para quem nem dirigia um olhar alguns dias antes. Torna-se assíduo em redes sociais, enviando convites de amizade para todo mundo, discorrendo sobre temas do qual não tem a menor idéia e até fica atento para enviar parabéns aos ‘amigos da rede’ nas datas natalícias. Se isso não bastasse, ele deve dividir o seu pouco tempo indo visitar velhos conhecidos e tentar fazer-se conhecido de novos.
A mudança na personalidade pública é visível. É um tempo onde todos são melhores, bem dispostos, assíduos, companheiros e presentes. Todos tem as melhores condições para realizar aquilo que nunca antes ninguém conseguiu resolver. Todos tem a solução e propostas mirabolantes, enfeitadas com todo o cuidado em meias verdades e muito entusiasmo.
Os fotógrafos fazem milagres na elaboração das imagens para os santinhos. Photoshop é melhor que base. Todo mundo fica bonito, sorridente e muito apresentável.
Mais difícil e cansativo ainda é para aqueles que buscam se manter nas cadeiras poderosas. Estes tentam fazer em apenas poucos dias o que não conseguiram fazer durante todo o tempo em que estiveram com a caneta. O povo não lembra do dia anterior e se hoje ele colocar um pouco de ação na rua, pode conseguir aplicar o estelionato novamente. Para alguns é uma aflição diária, pensando se entrou numa coligação que lhe possibilite escada para manter o mandato.
É triste olhar uma eleição de fora do processo. É risível olhar para os candidatos sorridentes. Não é engraçado, mas é a realidade. O processo eleitoral expõe o melhor e o pior das pessoas, é só analisar com cuidado. Neste momento é que você, leitor e eleitor, deve pensar bem e enxergar através das máscaras eleitorais, pois uma coisa é certa: o ser humano não muda da água pro vinho de um dia pro outro. Se antes não te conhecia e agora te cumprimenta, se nunca colaborou na comunidade e agora tem as melhores idéias, se só pensava no próprio bem estar e agora finge que vê a situação dos outros, não merece a sua atenção.
Candidato bom é aquele que você já viu, mesmo fora da política, arregaçar a manga e tentar mudar o seu arredor, não esperando salários e nem cargos em troca. Pense nisso.
