O Ônibus Lilás, unidade móvel de acolhimento à mulher da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, atendeu moradoras das comunidades do Feixo, Mariental e Vila Esperança.
A comunidade quilombola da Lapa foi o local escolhido para lembrar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, na terça-feira, 25 de julho. A Coordenação da Política da Mulher (CPM), da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social, em parceria com a prefeitura do município, ofereceu serviços de orientação para mulheres da comunidade e atividades de convivência.
A Lapa abriga a maior concentração quilombola da Região Metropolitana de Curitiba. Nas comunidades do Feixo, Mariental e Vila Esperança vivem cerca de 700 famílias, muitas descendentes de escravos. A principal atividade é cultivo de tubérculos, legumes e hortaliças.
A Coordenação da Política da Mulher levou o Ônibus Lilás para a comunidade quilombola. Ana Cláudia Machado, coordenadora da CPM, explicou que a unidade móvel oferece serviços de assistência social, orientações psicológicas e jurídicas. “Temos conquistado avanços para acabar com discriminação e combater a violência. Com esse ônibus conseguimos alcançar áreas distantes dos centros urbanos”, comentou Ana Cláudia.
DIREITOS
Mulheres aproveitaram o evento para serem atendidas no ônibus. Algumas buscavam saber de seus direitos quanto a questões previdenciárias e, outras, quanto a situações de família. “Levamos as orientações para defender o direito de todas as mulheres, independente do meio social onde vivem”, afirmou Ana Cláudia.
Claudete Barbosa Batista nasceu e viveu todos seus 45 anos na comunidade quilombola. A comemoração foi importante para ela. “A gente se sente mais valorizada. É um dia especial”, disse, alegre. Para Claudete houve grandes avanços nas políticas de igualdade racial. “Estamos melhor orientados e mais aceitos na sociedade. Hoje já estamos quase iguais”, afirmou.
Elaine Esmaela, professora do Centro de Referência de Assistência Social da Lapa, contou que faz atividades como capoeira, ginástica para terceira idade e outras oficinas, que promovam integração e atividade física. “O preconceito está na cabeça de cada um. Eu decido se vou levar para mim uma ofensa e me intimidar, ou não. Como professora vejo que está muito menor o preconceito”, declarou a jovem. “Hoje essa data é importante, porque lá no futuro poderemos dizer como foi”.
BÁSICO
Os serviços básicos de assistência social chegam às comunidades quilombolas da Lapa com a van do Programa Família Paranaense, entregue pela Secretaria da Família. O veículo é adaptado para o atendimento a famílias que vivem em comunidades rurais e isoladas. As vans são fundamentais também em áreas indígenas e a pequenos agricultores.