O corpo feminino é o tema principal na arte desta talentosa lapeana, que coloca todo seu empenho em retratos sensuais, mostrando que a beleza pode ser traduzida de diversas formas.
Ná Silva, uma jovem e bela artista lapeana vem apresentando seu trabalho nas redes sociais e recebeu a nossa reportagem para uma entrevista exclusiva.
Ela é uma jovem mulher bem determinada e muito observadora, que transmite muita segurança ao falar, e tem um talento intrínseco para conhecer o seu interlocutor de maneira profunda. Com um jeito manso e tranquilo de falar, consegue captar o sentimento não verbalizado dos modelos com os quais trabalha em sua arte.
Sua principal inspiração são os corpos femininos, dos quais busca mostrar a beleza real e verdadeira, sem maquiagens e transformações artificiais. Segundo Ná, seus quadros são uma forma de política, mostrando que beleza não tem padrões. Muito mais que isso, ela retrata as pessoas em momentos íntimos e sensuais, como forma de combater o tabu imposto às mulheres por milênios. Seus quadros transmitem sentimentos e momentos únicos, que contrariam a arte tradicional. Ao representar seus modelos em nudes, Ná luta pela igualdade e pela liberdade feminina de ser o que é, não prestando atenção às normas e regras impostas pela sociedade consumista e autoritária.
Nascida em Curitiba, ela é filha de mãe lapeana e disse que já tomou a água do Monge, portanto se considera lapeana de coração. Aqui vive e exerce a função de pedagoga no CAIC – Centro de Atenção Integral à Criança e faz uso do seu tempo livre para expressar sentimentos e sua garra através de seus quadros.
Na sua casa, não há espaço vazio. Todos os cantos estão cobertos com pequenas intervenções artísticas, que vão desde rabiscos expressivos até quadros pintados a óleo, passando por ilustrações pontilhistas, cerâmicas e séries de telas demonstrando momentos especiais, tristes, alegres, prazerosos ou desesperadores.
A leitura deste trabalho nos trouxe um olhar diferente sobre as artes plásticas. No caso dos quadros de Ná Silva, uma imagem vale mais do que um milhão de palavras, tamanho o talento e dedicação que ela coloca em cada peça.
Sua fonte de renda é o trabalho como professora e agora pedagoga e, como artista plástica, vez por outra recebe encomendas de amigos e conhecidos, mas a grande maioria dos seus trabalhos vira presente para quem ela se importa ou para quem marcou determinado momento.
A equipe da Tribuna que esteve na casa de Ná Silva se sente honrada por poder registrar tamanho talento, força e doçura, tudo junto nos trabalhos apresentados nesta reportagem.