Uma vida no volante

Em comemoração ao dia 8 de julho, dia do taxista, trazemos a história do Sr. Erol Dittrich Ribas, que completa 50 anos de profissão em 2022.

O ano era 1972. A cidade contava com muito menos habitantes e menor área urbana. O então jovem Erol Dittrich Ribas conquistou sua vaga de taxista num tempo onde carroças ainda eram comuns no centro da cidade. Poucos eram os veículos que circulavam na cidade e grande era a necessidade de se usar os trabalhos de um taxista de confiança.

Ao longo de sua carreira, Erol conheceu todos os becos e vielas da cidade, praticamente gravando um mapa em sua cabeça. Também desbravou os mais diversos bairros da capital, sabendo quais caminhos eram mais rápidos e viáveis para levar seu passageiro ao seu destino. Sua profissão o levou aos mais diversos municípios paranaenses e de outros estados.

Com mais de oitenta anos de vida e chegando aos cinquenta anos de profissão, o taxista é bem conhecido pela cidade. Seu modo simples e direto de papear e contar histórias ajuda a passar o tempo durante as viagens dos passageiros. Bom de papo e bom de boleia, ainda presta serviço na Praça General Carneiro, onde seus costumeiros clientes sempre o procuram.

Ao perguntarmos sobre os momentos marcantes da sua vida como taxista, Erol lembrou-se saudoso das viagens que fazia ao município de General Carneiro, com um casal de clientes que sempre procurava naquele município um benzedor de muito resultado. Ele, inclusive, notava a diferença de humor entre a ida e a volta, dizendo que, após o tratamento com o dito cujo curador, os clientes voltavam mais tranquilos e leves.

Para Erol, ser taxista demanda muita responsabilidade, mas a simpatia também é primordial. Conhecer os caminhos é essencial, mas o trato com o passageiro é que transforma o negócio em prosperidade.

Nos cinquenta anos de profissão, Seu Erol viu a cidade crescer, bairros serem povoados, gente nova vindo morar na cidade para ela chegar ao tamanho atual. Muitas mudanças aconteceram, mas a simpatia do lapeano continua a ser sua principal qualidade. Apenas no trânsito, o taxista ancião afirma que o motorista que circula pela nossa cidade é muito mal educado e não respeita as regras. Isso, segundo ele, é o que torna perigoso o trânsito na cidade, visto que muitos condutores não usam seta, param sem avisar, estacionam em locais não permitidos e não respeitam faixas de pedestres e nem faixas divisórias nas vias principais.

A insegurança nos tempos atuais também preocupa o profissional. Ele conta que um dos momentos mais tensos de sua carreira foi quando um casal de passageiros solicitou uma viagem e, próximo ao destino, pediram para que ele parasse. Logo Erol se viu com uma faca encostada no pescoço e o aviso de assalto. Deu o que tinha em seus bolsos além de seu celular. O casal fugiu a pé. Outros taxistas souberam do ocorrido e questionaram sobre o Boletim de Ocorrência. Erol não foi à delegacia, pois o casal era gente conhecida. Seriam presos e soltos em poucos dias e ele estaria à mercê de uma vingança.

Hoje temos dezenas de taxistas na cidade, pessoas que contribuem com alvará e impostos. Estes profissionais regulamentados estão sendo prejudicados por carros de transporte de passageiros irregulares, com adesivos de UBER ou empresa parecida, que não pagam impostos e não passam pela mesma fiscalização que um taxista. Segundo Erol, é preciso maior fiscalização para coibir o mau exercício da profissão.

Finalizando, Seu Erol falou com saudades de amigos, colegas de profissão, que já se foram e também dos tempos em que a profissão recebia mais reconhecimento e respeito pela população. O resumo de seus cinquenta anos, segundo ele, é de missão cumprida, de vida bem vivida, de lugares visitados e de liberdade ao volante.

A Tribuna Regional, em nome de Erol Dittrich Ribas, parabeniza a todos os profissionais taxistas, em homenagem ao seu dia, 8 de julho. Uma profissão de grande responsabilidade e respeito, que merece o nosso reconhecimento.

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