Desde que assumiu a Presidência, Temer tem promovido várias reformas bastante necessárias ao nosso País. Não dá pra concordar com tudo, mas é indiscutível que mudanças precisavam ser realizadas.
Neste aspecto, entramos na maior de todas as reformas: a da previdência. De tudo o que foi feito até agora, esta é a mais polêmica, justamente porque todos sabem que o que realmente precisa mudar não vai ser mexido.
Em primeiro lugar, a previdência privada é literalmente um esquema de pirâmide, onde os que estão na base sustentam os que estão no topo. No caso, na base ficam os trabalhadores na ativa, e no topo os aposentados. O problema é quando a base fica muito pequena e o topo muito grande… E isso mais cedo ou mais tarde acontece com todas as pirâmides, e aí ela entra em colapso.
No Brasil algumas coisas contribuíram para aumentar o topo e diminuir a base. No topo temos o povo vivendo mais com os avanços da medicina, e cada vez mais pessoas na terceira idade, uma mudança demográfica já esperada há algumas décadas. Também temos as super aposentadorias, que vêm principalmente de políticos, juízes e magistrados, e, claro, funcionários públicos de “alto escalão”. Por outro lado, na base temos uma população minguando – para se ter ideia, temos até salas de aula sendo fechadas na Lapa por falta de alunos, e isso se repete em todo o Brasil… Com menos jovens, teremos menos gente contribuindo. E não só isso. Com a crise ocasionada pelo desastroso governo Lula/Dilma, o número de desempregados foi às alturas. E, com isso, a quantia de contribuintes diminuiu ainda mais.
Na verdade, a própria palavra “contribuinte” é meio que uma brincadeira… Afinal, somos obrigados a pagar, então não é uma “contribuição”, e sim uma “obrigação”.
De toda forma, a reforma deve ser feita. Não há saída. Ou aumentamos a base de contribuição, o que só aconteceria com uma sequência de bons Presidentes – coisa que não podemos esperar num futuro próximo em nosso Brasil, ou trabalhamos com o topo da pirâmide.
Analisando o topo, fica óbvio que onde deve ser “mexido” é nas super aposentadorias. Mas aí vem o grande debate: o governo promete acabar com os marajás, mas só os do futuro. Os atuais ficam numa boa. E claro que isso não é suficiente para equilibrar as contas, então o governo precisa também alterar a idade e o tempo de contribuição, ou seja, criar dificuldades para o povo chegar ao topo, e com isso aos poucos diminuir os gastos.
E é nisso que agora tanto esquerda quanto direita acabam concordando: precisamos reformar a previdência, mas essa reforma é imoral. E com isso, fica quase toda a população contra governo, numa queda de braço que obriga Temer a comprar votos distribuindo benesses a deputados e senadores – benesses pagas com o dinheiro de nossos impostos. E, com isso, começa a surgir uma outra discussão: reforma política, que evite que um governo possa fazer este tipo de negociata. Mas, claro, para reformar a política teremos que esperar sentados.