Deu uma preguiça

No momento do fechamento da edição lembrei que não havia escrito ainda este editorial. O fato me preocupou em muito, pois precisava terminar este texto que sempre tem grande aceitação pelos leitores da Tribuna.

Eu pensei nos mais diversos assuntos para abordar. O caso do futuro presidente utilizando um jato de um amigo empresário preso na Lava-Jato para uma viagem internacional. A ordem ditatorial do Ministro Alexandre de Moraes para que as manifestações democráticas deixem de existir. Do mesmo Ministro pensei também em falar sobre o exagero na coerção de pessoas que pensem de forma a não agradar sua calva interminável. Mais que isso também poderia utilizar a instabilidade provocada no mercado de ações com as falas do futuro presidente. Poderia também comentar o fatiamento do governo entre os inúmeros aliados do futuro governante, mostrando que o que interessa aos apoiadores é o poder pelo poder. Também poderia expor aqui a hipocrisia dos políticos reunidos em Nova Iorque com os Ministros do Supremo, falando sobre Democracia e Liberdade.

Enfim, cheguei à conclusão de que estou com muita preguiça de escolher um destes assuntos, afinal discutir coisas que estão fora do alcance de nossas mãos é uma grande e cansativa perda de tempo.

Enquanto não pensarmos no Brasil como uma potência em desenvolvimento, enquanto não aceitarmos que a melhor forma de sair da pobreza é depender do próprio trabalho, enquanto não focarmos nossos esforços para melhorar a educação básica e gratuita para todos os cidadãos das mais diversas classes e faixas de renda, enquanto deixarmos pseudo-intelectuais pautarem nossa cultura, enquanto aceitarmos que o crime compensa e elegermos bandidos para nos representar, enquanto acreditarmos em promessas mirabolantes e irreais, enquanto pensarmos que o Estado tem que sustentar nossos caprichos, enquanto aceitarmos a destruição sistemática da família tradicional, enquanto não respeitarmos os empresários que são geradores da riqueza no país, enquanto pensarmos que temos direitos e não respeitarmos nossos deveres, enquanto isso e muito mais, não compensa gastar saliva discutindo um futuro melhor para nós e nossos filhos.

É triste, mas cada vez é mais comum encontrar pessoas que deixam de agir por não concordar com as decisões inacreditáveis dos chefes dos mais diversos poderes. Às vezes é melhor calar e deixar as coisas como estão do que gastar o tempo precioso que temos para cuidar de nossa família em lutas vãs.

É triste, mas estou com preguiça.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com