Feliz Dia da Mulher?

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Sem desmerecer a data e a luta de tantas mulheres, é preciso refletir sobre o contexto feminino atualmente. A que ponto avançamos realmente e o que ainda é preciso mudar. Um texto publicado por Mentor Neto, Publicitário, traz dados e reflexões, demonstrando toda a hipocrisia que ainda se percebe neste dia. Confira e faça uma autoanálise. O que você tem ensinado a seu filho? Queremos uma sociedade justa, mas estamos formando cidadãos justos? A luta por respeito e igualdade de direitos começa dentro de casa!

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“Alguns números.

Um levantamento da Folha no ano passado mostrou que existem 135 estupros por dia no Brasil.

Desses, 10 são coletivos.

Pare um segundo antes de continuar lendo.

Ao invés de números em uma planilha, transforme esses dados em gente. Gente com rosto, com histórias. Com vida.

Quem sabe se pensar nas mulheres que você conhece ajude a abstrair dos números.

Para mim, com três filhas, é aterrador transformar estatísticas em mulheres de verdade.

Pois bem.

Pense nessas mulheres vítimas e suas famílias, filhos e pais.

Imagine as cenas desses estupros.

Sinta o ódio de quem quer vingança e não só punição.

A dor.

Imagine as consequências para a vida toda dessas mulheres.

Guarde esse sentimento aí com você por alguns segundos e vamos voltar aos números, porque piora:

Ano passado 12 mulheres foram assassinadas por dia no Brasil.

Doze.

São 4.473 mulheres num ano.

Imagine que 946 delas foram vítimas de assassinatos motivados exclusivamente pelo fato de serem mulheres.

Feminicídios.

Um neologismo inventado pela necessidade de chamar a atenção de um tipo específico de violência.

Agora pense em quanto se falou sobre a força das mulheres em sua luta por direitos, por respeito, por espaço.

Lembre quantas vezes esse tema voltou ao radar da mídia no ano passado.

Lembra do discurso da Oprah? Do #metoo? Das mulheres eleitas personagens do ano.

Pois é.

Mesmo com toda a atenção que esse assunto vem recebendo e da consequente sensação de que a gente tem avançado, os números aí de cima são 6,5% mais altos do que em 2016.

Apesar de tudo o que a gente lê, ouve e assiste, o resultado final é que no que se refere à violência, andamos para trás.

Por isso, por essa perspectiva, desejar “feliz dia das mulheres” me parece uma hipocrisia.

Que esse dia sirva para que a gente pense nos números e nas vidas que eles representam.”

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