Ideologia: eu quero uma pra viver!

Começando com o título parafraseando Cazuza, muitas pessoas seguem ideologias das mais variadas, usando-as como “fiel da balança” em decisões pessoais e morais. Mas pessoalmente nunca me identifiquei totalmente com nenhuma que me foi apresentada. Isso até ouvir sobre a “metáfora da caixa de bombons”, bastante recente.

Uma ideologia é um conjunto de ideias prontas, e ao adota-la, você em teoria concorda com todas elas. Nos tempos do humor de nossa internet, compararam isso a uma caixa de bombons sortidos, desses da Garoto, Nestle, Lacta, etc. Se você compra a caixa, é obrigado a gostar mesmo daquele bombom de café com banana? Aquele, que vai ficando pra trás e ninguém quer? É claro que não.

O ideal seria se cada um pudesse ir ao mercado e montar sua caixa de bombons só com os que aprecia. O mesmo vale para ideologia. O ideal seria adotar apenas as ideias que gosta de cada ideologia, sem ter que comprar o pacote.

O problema é que quando se adota uma ideologia é quase como adotar um time. A partir desse momento, qualquer coisa que seu grupo ideológico fala é tido por você como verdade, mesmo que seja um absurdo, e o grupo contrário passa a ser composto por idiotas, ignorantes, ou no mínimo, iludidos – mesmo que as vezes tenham ideias boas.

Usando a metáfora, você acaba preferindo uma determinada marca de bombons, mesmo sabendo que na caixa da outra marca também tem bombons saborosos, e que na sua tem alguns bombons de gosto duvidoso. Apenas para o seu gosto, a caixa que comprou tem mais bombons saborosos que a outra.

É interessante essa comparação para lembrarmos que quem nos obriga a escolher uma ideologia pronta e imutável é apenas o grupo que estamos envolvidos. Desta forma, não há mal nenhum em ouvirmos, respeitarmos e até adotarmos ideias de grupos ideológicos diferentes do nosso. Porque não montar uma caixa só com bombons top de linha?

Nas próximas edições falarei sobre as quatro vertentes que formam a maioria dos posicionamentos políticos a nível de mundo, considerando é claro, a minha visão política, econômica e moral.

Porque escreverei sobre isso? Porque acredito que se desejamos separar os três estados do sul do Brasil do restante, temos que ter uma noção do que existe de pensamento no mundo, e fugir das armadilhas criadas na política brasileira. Para isso precisamos conhecer mais sobre países que deram certo e como é a forma de pensar destes povos.

*Dartagnan Gorniski é proprietário do site www.floramonteclaro.com.br  e professor. É Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Especialista em Certificação Ambiental e Licenciado em Matemática, e nas horas vagas dá palpites sobre tudo o que vê pela frente.

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