Criteriosidade | Momento de Fé

O mundo, sempre, precisa de gente que faça boas obras. Boas obras que sucedam na fé e na confiança em Deus, do contrário, ainda que brilhem na aparência não são boas obras. No primeiro mandamento, Deus, nos ordena como o nosso coração, mente e espírito devem, em pensamentos, intenções e inclinações, se relacionar com Ele. No segundo, como a boca o deve fazer com palavras. No terceiro mandamento é-nos preceituado como devemos proceder em relação a Deus com obras. Nos primeiros três mandamentos, em resumo, Deus prescreve o que deve reger o ser humano, no que tange à fé, sem a mediação de qualquer criatura, méritos ou o que quer que seja que o ser humano religioso faça.
As primeiras obras do terceiro mandamento – “Santificarás o dia de descanso” – são rudimentares e palpáveis. Costumamos chamá-las de serviço a Deus: Ouvir a explicação da Palavra de Deus que promove e aponta para Jesus Cristo; orar; buscar o batismo; a Ceia; a confissão, absolvição e retenção dos pecados em particular. Na verdade, com essa significação breve, há bem poucas boas obras neste mandamento. Além disso, se não forem realizadas na confiança e na fé no favor de Deus, elas nada são. Por isso mesmo seria bom se houvesse menos feriados, uma vez que, em nosso tempo, as obras destes dias são, na maioria, piores do que as dos dias de trabalho. Há quem gasta as horas desses dias com ócio, comilança, bebedeira, jogos e outros vícios. Além disso, o que é pior ainda, poucos tratam, com seriedade e reverência, de estudar e ouvir, de boa vontade, a Palavra de Deus. E, quão poucas são as que exigem que se ministre a Ceia do SENHOR em conformidade com as Palavras do Testamento, nesse dia. Sem relacionar, o que é altamente reprovável, que o culto/a missa e a pregação são ouvidas sem que haja qualquer melhora na vida, e a oração é falada sem fé – só pode, tendo em vista os frutos insuficientes de ética e moral, hoje.

É ledo autoengano acreditar que rendemos culto a Deus e teríamos feito mais que o suficiente quando ouvimos a missa/o culto com os olhos, ouvimos a pregação com os pensamentos ocupados com sabe lá o quê, e fizemos oração falando com a boca mas sem observar o conteúdo e sentido do que falamos, e, sobretudo, a quem nos dirigimos. A superficialidade e a leviandade na fé são a raiz de muitos, senão todos, os males que há no mundo, tanto no passado quanto no presente. Se nós não pensamos, ao ser servido por Deus via meios da Salvação, em receber algo que adorne a nossa mente, espírito e coração, então, que sentido faz a Ceia, por exemplo. Se nada procuramos, desejamos e esperamos de Deus ao orar/rezar, que sentido faz, orar/rezar? Sim, é verdade, o povo é seduzido quando as pessoas investidas e incumbidas a pregar e ensinar a Palavra de Deus o enganam ou a deixam de explicar. Pior quando o povo ‘elege os seus guias espirituais’ tendo em vista que dizem e ensinam o que ‘faz coceira em seus ouvidos’. Para ser claro: se nós vamos ao culto/à missa e não somos honestos com o nosso semelhante o sentido dele/dela não está sendo genuíno. Mais claro ainda: se nós não nos responsabilizamos por nossos atos nós não estamos agindo em conformidade com a Palavra, ainda que tenhamos ficado rouco de tanto orar em voz alta na ‘nossa igreja’ – não raro tirando o sossego dos próximos.

A comunhão das pessoas santas e crentes ao modo da Palavra de Deus exercita a fé no coração, na mente, no espírito. Por isso mesmo, não há como abafar os frutos. Urge, quem foi batizado, resgatar o sentido primário do que, de verdade, significa, à luz dos critérios do Evangelho, estar nessa condição. Nós que nos chamamos e reconhecemos como pessoas cristãs precisamos voltar a refletir, detidamente, o que de fato é e não é obedecer a Deus, por graça e fé, para alegria e esperança pessoal e alheia.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com