DISCIPLINA E PUREZA

Disciplina e pureza não são regras de fé e de conduta que devemos, somente, ensinar à juventude, mas, sim, todos/as nós devemos e podemos, indiferente a idade cronológica, buscar a vida disciplinada e pura em palavras e ações. E, para tanto, a obediência, diária, ao conteúdo do sexto mandamento – Não adulterarás – de modo mais sensível do que em praticamente qualquer outra boa obra, pastoreia, edifica e enriquece a fé verdadeira – a que o Espírito Santo inspira e sustenta via pregação e ensino correto da Palavra de Deus. Não é em vão que em Isaías 5.11 diz que a fé é um cinto dos rins, isto é, uma preservação da castidade.

Quem vive esperando de Deus, diariamente, toda graça tem prazer na pureza espiritual e corporal o ano todo. Por esta razão consegue, por intervenção do Espírito Santo, resistir à impureza carnal com facilidade tanto maior. Em tal fé, com certeza o Espírito lhe diz como deve evitar maus pensamentos e tudo aquilo que contraria a castidade. Pois assim como vive e efetua todas as obras ininterruptamente, da mesma forma a fé no favor divino também não deixa de dar a sua exortação em todas as coisas que são gratas ou desagradáveis a Deus, como diz João em sua epístola: “Vocês não tem necessidade de que alguém os ensine, pois a unção divina, isto é, o Espírito de Deus, lhes ensina todas as coisas” – 1Jo 2.27.

Não devemos desanimar se não nos livramos rapidamente da tentação, nem pensar, de forma alguma, que temos descanso dela enquanto vivermos. Devemos encará-la como um estímulo e uma exortação à oração, ao jejum, à vigília, ao trabalho e a outros exercícios destinados a subjugar a carne e, particularmente, a praticar e exercitar a fé em Deus ao modo do falar dEle, enquanto a nossa vida durar. Pois castidade valiosa não é aquela tranquila e sossegada, mas aquela que batalha e luta contra a incastidade. E, que expele, sem cessar, todo veneno lançado pela carne e pelo mau espírito no sentido de que sejamos levados a desobedecer ao que Deus diz no sexto mandamento, como essencial na nossa vida.

Pedro escreve: “Eu os exorto a se abster dos desejos e paixões carnais que lutam, constantemente, contra a alma” – 1Pe 2.11. E, Paulo em Rm 6.12s.: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.” Nestas passagens e em outras semelhantes é indicado que ninguém está isento de mau desejo, mas que nós devemos e precisamos lutar, diariamente, contra ele, o ano todo. Embora que isto traga inquietação e contrariedade à carne, trata-se de obra agradável diante de Deus, com que nos devemos consolar e dar por satisfeitos/as se não somos levados/as à desobediência. Porquanto quem acredita controlar tal tentação com êxito com forças e capacidade físico-carnais só as incende ainda mais, mesmo que cesse por algum tempo. Outra hora ela ainda se manifestará e encontra a natureza mais enfraquecida do que antes.

Deus exige que levemos uma vida casta e decente em palavras e ações onde cada qual, homem e mulher, ame e honre o seu consorte, não se expondo, evidente e propositalmente a todas as ocasiões e realidades que pugnam contra a disciplina e pureza sexual. Oxalá que descubramos de novo ou até que enfim a boa obra que tem por fonte: o não adulterarás.

 

*Pastor Airton Hermann Loeve- Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB)- Lapa/PR.

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Pastor Airton Hermann Loeve

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