NÃO FURTARÁS

O sétimo Mandamento, como os demais, contém uma obra que encerra muitas boas obras e está em oposição a muitos vícios que o ser humano não regenerado pelo Espírito Santo faz questão de ‘cultivar’ e ‘camuflar’ o mais possível. Ele não se dispõe e nem está disposto a servir e ajudar o/a próximo/a com os seus bens, dons, talentos. Em contrapartida, a pessoa regenerada pelo Espírito Santo via fé na Palavra não só luta contra o furto e o roubo, mas, também, contra todo o esbulho que alguém possa praticar contra a outra pessoa em seus bens temporais por meio da avareza, agiotagem, cobrar caro demais, passar outras pessoas para trás, ou por meio do uso de mercadorias impróprias ao consumo, medidas e pesos falsos.

É difícil enumerar todos os ardis e as artimanhas petulantes e astutas que ‘proliferam’ diariamente em muitas atividades e transações nas quais cada um/a procura a sua vantagem e benefício em detrimento do próximo, em todos os sentidos. E, nos ‘n’ casos já julgados e condenados pela justiça se percebe que a pessoa que furtou esqueceu a lei áurea que o SENHOR Jesus Cristo nos ensinou em Mateus 7.12: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” Se nós mantivéssemos, sem ‘rodeios e meneios’ esta regra de Jesus Cristo diante dos olhos, cada qual em seu ofício, sua atividade e seus negócios com o próximo, descobriria, perfeitamente, como deve comprar e vender, dar e receber, emprestar e dar de graça, prometer e cumprir, etc.

Se nós observamos, detidamente, o mundo em sua natureza, constataremos como a avareza e o logro têm as rédeas na mão em muitos negócios feitos. Verificaremos que temos o bastante que fazer para revermos a nossa forma de vida e fé, mas, também, seremos tomados/as de terror e pavor ante ao quanto esta vida cheia de perigo e miséria. Não raro está sobrecarregada, enleada e presa em preocupações pelo alimento temporal e na busca desonesta do mesmo das mais variadas formas. Não é assim que a preocupação, quase que geral, é ficar e permanecer rico com o menor trabalho possível? Não é assim que a maioria corre atrás do ‘ouro’ ou deposita a sua confiança nos seus tesouros e bens materiais como se fossem o seu deus e senhor? No entanto, são reduzidas as pessoas que condenam e rejeitam a cobiça em seu coração. É ela que faz com que o ser humano viva determinado pela fome e sede de abastança ou na busca de vantagem pessoal, sem remorso. A cobiça e a fome e sede de abastança têm ou criam, no geral, um excelente e refinado pretexto carnal que se chama sustento do corpo e necessidade natural. E, não raro, alegando tais, faz a pessoa agir descomedida e insaciavelmente, como quem quer realizar um ‘prodígio ou milagre em sua vida’ que tem em vista a bem-aventurança do corpo em detrimento da alma e do espírito.

Quem quer fazer não só boas obras, mas, também, prodígios que sejam objeto do louvor e do agrado de Deus deve atentar para si mesmo e tratar de não ficar correndo atrás do ouro e bens materiais como se fossem Deus. Igualmente, não depositar a sua confiança no dinheiro e riquezas materiais como se fosse o seu SENHOR. Mas, sim, fazer com que o ouro e os bens, o dinheiro e as riquezas materiais corram atrás de nós e esperem por graça da nossa parte. Quem apega o seu coração e mente cobiçosos ao terrenal e transitório, não raro, desleixa no que é o mais importante para além da vida e da morte: dar ouvidos à Palavra de Deus. Aliás, será que Deus estava querendo fazer só palavras bonitas ao ordenar: não furtarás?

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com