SALMOS

Sl 14 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo cartoze contém profecia e ensino que advertêm contra a incredulidade e tratam da causa dela. Nele o salmista prega e ensina como todo o ensino e vida das pessoas, pecadoras por natureza, sem Palavra e fé verdadeira, são um horror diante de Deus. E que a tentativa delas cultuá-Lo, sem amparo na ordem divina, é puro horroso servir ao estômago – que é o seu deus. Por meio do culto autoinventado ademais a gente descrente vive fora da graça divina. E Cristo não lhes é importante, porque sempre de novo a autojustificação pelas obras também quer receber ouvidos crentes como se fosse digna de fé. Aliás, sem a Palavra que promove e aponta para Cristo e Seus méritos, e perdido e/ou adulterado o ministério da pregação pura do Evangelho, ninguém mais sabe e nem entende nada acerca do verdadeiro culto a Deus, porquanto aí ao pregar e ensinar, somente se destaca, frisa e louva a lei de Deus. As pessoas responsáveis pelo ministério autoinventado prejudicam e blasfemam a Palavra de Deus: lei e Evangelho, no mais alto grau. E se alguém lhes notifica e exorta e resiste de modo responsável, ao arrependimento, já já ficam bravas. Pois o ser humano, por natureza, não quer que Deus seja Deus, e nem quer ouvir de arrependimento e fé em Deus, mediante Jesus Cristo, como o verdadeiro culto a Ele. Neste contexto o povo da Fé precisa resistir também via oração a sua própria carne pecaminosa, até no tutano dos ossos. Pois é boa e misericordiosa vontade de Deus, que, sobretudo, escuta orações e pode fazer com que o Evangelho de Cristo venha e seja pregado de modo impermista, já que de Sião vem a salvação: tanto o Evangelho quanto Cristo. O Salmo catorze, nuclearmente, condena e rejeita a fé, ensino, confissão, pregação impuras presentes no ser humano pecador, e os seus desdobramentos ruins, como já diz no versículo um. Pessoas corruptas, responsáveis pelo ensino e pregação, enquanto impuras na Palavra e na fé, martirizam o povo por meio da justificação pelas obras da lei, e assim fazem com que o ser humano, encurvado sobre si mesmo, se autoidolatre, sob um manto hipócrita de justiça e santidade. E agindo assim, não pastoreiam com vistas ao consolo das consciências atribuladas, que somente se alcança via fé em Jesus Cristo, por graça divina, sem méritos, dignidades, boas obras da nossa parte. Por fim, o presente Salmo pertence ao primeiro Mandamento que diz: “Eu sou o SENHOR, o teu Deus. Não terás outros deuses diante de mim.” E ao terceiro: “santificarás o dia de descanso.” Ele tem este conteúdo porque exalta a Palavra, que proclama a Cristo e Seus méritos. E ao fazê-lo, o salmista condena e rejeita os hipócritas e mestres que, indulgentes com a impenitência e incredulidade, não se importam que geram gente malvada, insensata, ímpia, de ferrocidade ciclópica – Gn 6.4,11s. Além disto, o Salmo também pertece à primeira e segunda petições do Pai Nosso, no qual suplicamos pela santificação do nome de Deus e pela vinda do reino dEle. Neste Salmo nada se fala de perseguição aos piedosos e nem do proveito dos censores fiéis, mas seu escopo é descrever os hábitos e a vida dos pecadores ou da geração depravada e pôr a descoberto que todas as pessoas que vivem fora da graça divina mediante a fé em Jesus Cristo, são pecadoras e más, visto que não vivem senão em soberba, lascívia, roubo, fraude, homicídio e em pecados semelhantes, ainda que se empenhem em colorir tudo isto ou, então, o desconsideram. Para este fim, Paulo cita a passagem de Rm 3.10ss. Pois o primeiro mal, isto é, a fonte de todos os males, é a ignorância em relação a Deus. Pois quem peca no primeiro Mandamento não deixará de transgredir todos os outros. Ora, todos os Mandamentos dependem do primeiro e por ele são regulados e praticados. Além disto, nenhum outro é tão violado e nem transgredido em tão alto grau, em autoindulgência, do que o primeiro. Fato é que faça o ser humano o que queira e possa, é-lhe impossível se autossalvar do pecado, do diabo, da carne pecaminosa. E o mal ‘raiz’ é que o ser humano, por natureza, não quer saber nada acerca de Deus, via Cristo, em conformidade com a Sua Palavra.

P. Airton Hermann Loeve

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com