Salmos

Sl 1 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à   interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo 1, como prólogo a todo o saltério, é um salmo de edificação, exortação, consolo que nos anima e adverte no sentido de que devemos, sobretudo, em comunidade da pregação, ouvir e aprender, de boa vontade, a Palavra de Deus – lei e Evangelho, e nos alegrar nela, de fé em fé. Pois nos conscientiza, fielmente, acerca do quanto somos beneficiados, como gente ouvinte crente, por meio da Palavra, em sua monoagência, contanto que nos arrependamos e creiamos em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nascido da virgem Maria.

Ele, o Salmo 1, assegura, felicitador e consolatoriamente, que todas as nossas palavras e obras, enquanto depreendidas e realizadas em consonância com a Palavra – que tem como centro: Cristo –, serão bem-aventuradas contra e não obstante todas as dos inimigos dela, assim como uma palmeira plantada junto à corrente das águas, que cresce e permanece verde e dá frutos, no devido tempo, apesar do calor e do frio, das realidades de contradição. Isto a palavra e a fé auto inovadas, de quem tenta se auto justificar mediante as obras da lei, não fazem e nem sequer conseguem propiciar às pessoas, por mais que elas muito brilhem na aparência de piedade e santidade. Tais, com coração péssimo diante de Deus Pai, já que, sob hipótese alguma se arrependem e nem de modo algum se penitenciam, elas, provocando a ira divina, assim como o vento assopra e leva a palha para longe, perecem – e isto sem volta.

Deus tem prazer nos Mestres, Ensinadores, Pregadores, Doutores cristólogos, Reformadores da fé e da moral, nos três estamentos, porque ensinam e doutrinam corretamente, discernindo e separando lei e Evangelho, para edificação, exortação, consolo das consciências pávidas e dos corações atribulados. E somente estes, que, em nome e por ordem de Deus, verdadeiramente vêm, se apresentam, e abrindo a boca, já, nos pregam o que é e procede de Deus mesmo, não perecerão, e nem sequer os seus ouvintes crentes, enquanto gente justificada, via ação do Espírito Santo, por graça divina mediante a fé em Jesus Cristo.

Por fim, edificando e consolando as pessoas justas e santas em Cristo e exortando as ímpias, o Salmo presente tem conexão com o terceiro Mandamento, e pertence a ele também. Pois ali se ordena santificar o dia de descanso: ouvir, estudar, aprender, de boa vontade, em obediência da fé, a Palavra de Deus, em sua lexicografia dupla – lei e Evangelho. E ele também está contido no Pai Nosso, na segunda e terceira súplicas, nos quais nós pedimos que o reino de Deus venha a nós e que a Sua vontade se faça entre nós, gente luterada e transluzida e regenerada pelo Batismo e pelo Espírito Santo, via dação da fé. Tanto o reino quanto à vontade divinas para que se façam ou sucedam entre nós, exigem a Palavra e o exercício do ministério dela, de modo correto, puro e legítimo. E a pessoa doravante justificada por graça mediante a fé em Jesus Cristo é comparativamente observado, como uma árvore que não murcha, porque ouve a Palavra de Deus com fé presente no intuito sincero e necessário de praticá-la. Isto significa: ela, diferente da ímpia, pecadora, escarnecedora, perversa, impenitente, incrédula, nunca fica sem vivenciar os benefícios da Palavra e da fé, que adere a Jesus Cristo, o Remidor único e suficiente. A pessoa justa por graça divina mediante a fé, em virtude do perdão dos pecados alcançado, não por sua própria ação, méritos, dignidades, é salva, razão pela qual, tendo presente junto a si o Espírito Santo, frutifica onde quer que esteja plantada em honra e glória do SENHOR, ou pregando de modo puro ou sendo uma ouvinte operosa e existencial e vitalícia prática da Palavra, em comunhão com o povo da Fé. Porquanto perdida a Palavra de Deus, sem demora, a fé morre, o amor esfria, a misericórdia desaparece nos três estamentos.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com