No volante: como é a rotina dos motoristas

No próximo sábado, dia 25 de julho, é comemorado em todo o país o dia do motorista e taxista. E, logo em seguida, no dia 28 de julho, é a vez dos agricultores.

Profissionais responsáveis pelo desenvolvimento do país, que enfrentam dificuldades em sua rotina diária veem suas rotinas interligadas.

Os agricultores, por conta da crise e da estiagem, sofrem desde o segundo semestre do ano passado. Na Lapa, para tentar amenizar os problemas financeiros, decretou-se estado de emergência. Dessa forma conseguiram estender prazos de pagamentos de financiamentos.

Já os caminhoneiros, vivem uma realidade também a cada dia mais complicada. Conversando com alguns profissionais, percebe-se as dificuldades: estradas mal conservadas, alto custo de pedágios e combustível e pouco fretamento, por causa da crise na agricultura.

Visitando a empresa Transluz, por exemplo, o proprietário Natálio contou um pouco de sua experiência como caminhoneiro. Ele carregava leite para os produtores e viajava de caminhão por todo o Brasil. “Hoje é mais complicado, por causa dos custos do diesel e do pedágio. Antes se ganhava mais dinheiro, se podia comprar o seu próprio caminhão. Hoje o frete está diminuindo e o caminhão quase não se paga”, diz Natálio, que hoje trabalha em sua transportadora, há cinco anos agenciando para a Bom Jesus, Master Grãos, Cerealista Rio Sul, DaGranja entre outras empresas.

Outra dificuldade que começa a ser sentida é a consequência da expansão da Ferroeste. Muitos motoristas da região de Guarapuava e Cascavel estão procurando trabalho na Lapa, pois o serviço em sua região diminuiu. É um reflexo que será sentido com mais intensidade quando as estradas de ferro estiverem funcionando completamente.

Mas dificuldades citadas por Natálio também são confirmadas pelo motorista Gerino Maciel, de Ponta Grossa, que estava aguardando para descarregar a carga na DaGranja. Gerino é motorista há 49 anos e é proprietário de seu caminhão. Ele contou que há vinte anos se ganhava mais no ramo, hoje há a concorrência das transportadoras, o frete está desvalorizado e a maioria das empresas trabalha com a chamada “caixa cheia”, quando o valor do frete é estabelecido para uma única viagem, sem levar em consideração o custo do pedágio e a viagem de retorno.

As dificuldades financeiras são apenas um lado da vida dos motoristas. As longas viagens, a distância de casa e a longa espera também fazem parte da rotina dos profissionais. Adolfo Damaceno de Souza contou, enquanto aguardava sua vez para descarregar a carga na DaGranja, que os motoristas esperam em média de 24  a 30 horas na fila. Ele estava aguardando junto com outros colegas, no pátio da empresa. Todos os que estavam ali são motoristas residentes na Lapa, o que facilita no caso da espera pelo descarregamento: podem ir para casa, se alimentar e descansar.

Só quem está na estrada sabe o peso das saudades de casa. Motorista por 13 anos, e há cinco na gerência de transportes da Distribuidora Barão, Waldecyr Scardanzan Cardoso conta que não sente falta da rotina das viagens. Estar perto da família é um dos motivos pelos quais não se arrepende de ter parado de viajar. Hoje ainda substitui alguns colegas quando é preciso, mas nesse caso não se trata de um trabalho estressante, não é sua rotina.

Outras direções

Realidades parecidas, até certo ponto, são as de motoristas de ônibus, de táxis e de vans. Estar constantemente na direção e trabalhar diretamente com pessoas são pontos em comum. O Hamilton, motorista da Translapa, destaca que a vantagem de ser motorista de ônibus, quando comparado ao caminhoneiro, é estar sempre em casa. Ele acredita que o caminhoneiro não tem uma vida familiar muito boa, por sempre estar longe.

Já Segundo ele, seus clientes são mais pessoas do interior da cidade, idosos, pessoas que moram em bairros distantes e famílias. João Maria conta que à noite o serviço é um pouco mais perigoso e que os taxistas trabalham em média oito horas por dia.

Realidade um pouco diferente é a de motoristas de vans escolares. Os que fazem viagens para fora do município muitas vezes enfrentam rotinas bastante cansativas: estradas movimentadas e trânsito engarrafado em  outras cidades. Alguns motoristas de vans são também proprietários dos veículos e saem cedo para levar os estudantes para a aula. Retornam logo após o almoço na cidade da Lapa, mas em torno de três horas depois já estão partindo novamente: agora é a vez do turno da noite.

Neste dia 25 de julho todos esses profissionais podem ser lembrados e homenageados. Sem eles, muito do desenvolvimento não teria acontecido. Seu trabalho auxilia o serviço e o aperfeiçoamento de diversas pessoas na sociedade.

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