Funcionários da DaGranja fazem manifesto por melhores salários

Em manifestação pacífica funcionários da empresa se reuniram para reivindicar melhorias em seu trabalho e melhor remuneração.

Na tarde da última quarta-feira, dia 21 de outubro, os funcionários da empresa DaGranja (Marfrig) fizeram uma manifestação no pátio da empresa, no Passa Dois.

Os funcionários reivindicam, entre outras coisas, melhores salários, aumento do vale compras e menos descontos na folha de pagamento. Conversando com alguns funcionários, relataram que foram feitas ampliações dos turnos, mas o número de funcionários continuou o mesmo, fazendo com que a carga para cada um aumentasse. Outra reclamação feita foi em relação a atenção dada aos problemas de saúde.

De acordo com os presentes, foi oferecido um aumento de 4,5% pela empresa. Hoje, a média salarial de um trabalhador da empresa é de aproximadamente R$ 550, mais vale compras no valor de R$ 57.

No momento da manifestação, além dos funcionários, estava presente o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Indústria de Bebidas e Alimentos da Lapa, Rubens Stelmak, também representante dos trabalhadores da DaGranja. Rubens solicitou aos manifestantes que escolhessem oito representantes para conversar com a empresa, em reunião que acontecerá às 10h do dia 27 de outubro em Curitiba. Segundo ele, é uma possibilidade de negociação com a empresa. Pode ser que não se chegue a um acordo nesta data, mas provavelmente isso acontecerá posteriormente.

Muitos funcionários estavam com receio de retaliações por conta da manifestação, como demissão por exemplo. No entanto, representantes da empresa se comprometeram, dizendo que isso não irá acontecer.

Fazendo uma análise simples sobre o manifesto dos funcionários, que estão lutando para melhores salários, fica a conclusão de que a melhora da remuneração destes profissionais não deve ser interesse somente de quem trabalha para a DaGranja. Toda a cidade, com seu comércio e empreendimentos, se beneficia quando existe uma empresa que remunera bem seu quadro de colaboradores. São benefícios que trarão mais renda para o município: o funcionário ganha mais e acaba revertendo seu salário na cidade, melhorando o giro de capital no local.

Além deste ponto, fica evidente que assim como os funcionários dependem do emprego na empresa, a empresa, atualmente, também precisa desses colaboradores. Sabe-se da dificuldade que existe em encontrar mão de obra para determinados serviços. Por causa deste detalhe, não é somente o trabalhador que deve valorizar a empresa, o popular “vestir a camisa”. Mas a empresa também precisa valorizar seu colaborador, dando melhores condições não somente salariais, mas de ambiente de trabalho e de assistência à saúde.

Olhando-se pelo lado da questão empresarial, quando há problemas desse tipo, como greves, manifestações, mostra-se que existe problemas de comunicação interna na empresa. As políticas de gestão, quando eficazes, não deixam de lado pontos cruciais como integração empregado-empresa, integração empresa-sociedade, assistência social, programas de valorização do empregado e incentivo à qualificação. Talvez o problema que gerou a manifestação dos funcionários da DaGranja não seja somente a reivindicação de melhores salários, mas um problema de falta de canais adequados para comunicação direta com a empresa.

Comunicado da Assessoria de Comunicação da Marfrig

A Marfrig Alimentos S.A., em razão de consulta solicitada por este veículo de comunicação, motivada pela manifestação pacífica de parte de seus colaboradores da Unidade DaGranja, no município de Lapa (PR), ocorrida no dia 21 de outubro, informa que mantém aberta e disponível para negociação com seus representantes legais. Também enfatiza que, embora a data-base do contrato coletivo de trabalho só venha ocorrer no próximo mês de novembro, as reivindicações apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Curitiba e Região Metropolitana já estão sendo analisadas, devendo ter início, na próxima semana, a primeira rodada de negociações. 

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