Conversando com meu velho amigo, Sr. Aramis Gorniski, como soe sempre acontecer, tecemos vários assuntos sobre a Lapa antiga e nos deslumbrávamos com os fatos misteriosos, místicos, ou crenças do ser humano, mas que de fato acontecia e surtia o efeito desejado.
Assim, batendo papo, e o chimarrão se fazendo presente, começamos a nos lembrar de benzimentos, de massagens, de mal olhado, de festas e fogueira de tantos santos.
Em se falando de massagistas e benzedeiras, a Lapa foi pródiga, onde várias pessoas se destacaram em nossa cidade e por incrível que pareça as pessoas melhoravam da perna torcida, do braço destroncado, embora a nossa massagista nunca ter passado em uma escola especializada.
As benzedeiras, fazendo suas orações, por incrível a criança logo sarava, os benzimentos dos maus olhados surtiam tanto efeito que a pessoa se sentia aliviada, horas após.
Os reatamentos dos grandes amores eram tão fortes que após umas trocas de olhares, resultava no caminho do altar, de ternos e grinaldas.
Assim, batendo um grande papo informal, e como um benzimento, sentimos saudade de tantas belezas que o tempo levou, e recordamos tantas belezas da Lapa antiga.
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O bate papo informal entre Abdalla Dardaque e Aramis Gorniski mostra que, em um tempo em que os recursos médicos ainda eram escassos na região, o que trazia alento à população eram as curandeiras, benzedeiras e massagistas… Mesmo sem conhecimento especializado, auxiliavam muitos em seus sofrimentos. Hoje, já com poucas pessoas prestando esta ajuda à comunidade, a população fica mais desamparada. Com serviço de saúde pública muitas vezes deixando a desejar, e ainda com poucos recursos para atender casos mais complexos, fica-se a pensar o quanto o serviço prestado por essas pessoas no passado preencheria lacunas atualmente.
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“A verdadeira riqueza do homem resume-se naquilo que ele faz pelos outros.” (Confúcio)
Abdalla Dardaque