A Lapa e o Cinema

O município poderá tornar-se um pólo de produção e ensino audiovisual e compor aindústria cinematográfica, uma  das que mais gera renda e visibilidade no mundo.

A Lapa possui de forma incontestável, um cenário digno das melhores produções áudio visuais do país, principalmente quando se trata de filmes de época. Por aqui já rodaram curtas, médias e longas metragens, onde diretores, atores e técnicos do mais alto nível atuaram. Para ilustrar essa afirmação a Lapa  Film Commission colocou no ar o blog lapanatela.blogspot.com, onde interessados pelo tema de todo o planeta poderão ter acesso às informações da filmografia realizada por aqui. Mas, afinal o que é a Lapa Film Commission, que está repercutindo tanto no meio cultural, turístico e cinematográfico? Para obter essas respostas a Tribuna Regional, fez uma entrevista exclusiva com o propositor da iniciativa, o  lapeano Márcio Assad.

T.R.: Quando nasceu a idéia da criação da Lapa Film Commission?

M.A.: Em 2007 no Congresso Paranaense de Audiovisual, realizado na Lapa, como parte integrante do Festival da Lapa, promovido pelo Instituto Histórico e Cultural da Lapa,  que contou com a presença de importantes profissionais da área, fiz a proposição da criação da Lapa Film Commission, que foi muito aplaudida e  foi um dos pontos altos daquele evento.

T.R.: Qual a função de  uma Film Commission?

M.A.: Respondendo de forma clássica: estimular a produção audiovisual, com o objetivo de captar e facilitar a produção de obras, audiovisuais, com informações detalhadas sobre as condições e os locais para as filmagens, fornecedores da região, mão de obra, locações e obtenção de autorizações de filmagem. Diria também que como função institucional é Projetar a imagem do município da Lapa para o Brasil e o mundo, atraindo novos negócios para a  cultura e para o turismo, através de produções de cinema, televisão, internet e outras mídias, fomentando o mercado de trabalho com a geração  de emprego e renda.

T.R.: O que foi decisivo para que você fizesse essa proposição?

M.A.: Como a maioria dos lapeanos sabe, tenho tido uma atuação nessa área há quase três décadas. Tanto que, de uma forma ou outra, participei de praticamente todas as produções desse período: desde o documentário sobre o Monge (do renomado  diretor Valêncio Xavier nos anos 70) , quando ainda menino fui convocado pelo saudoso Nabi Paraná (à época diretor do Theatro São João), até os Casos e Causos, da Revista RPC, que ainda não foram ao ar.  Porém, posso afirmar categoricamente, que foi pelo estímulo das iniciativas do IHCL (Instituto Histórico e Cultural da Lapa) que senti a  firmeza necessária para propor algo dessa magnitude, que poderá influenciar de forma extremamente positiva a história da Lapa nos quesitos cultura, turismo, patrimônio histórico, geração de negócios, oportunidades, emprego e renda.

T.R.: E fora da Lapa como está repercutindo essa iniciativa?

M.A.: Muito bem! No início dessa semana, por exemplo, recebemos a visita da Secretária de Cultura e  Turismo do Município de Araucária (segunda maior em arrecadação do estado), Tânia Gayer Elke e sua equipe, que aqui vieram exclusivamente para conhecer as propostas da Lapa Film Commission, com vistas a parcerias regionais. Cineastas, roteiristas, diretores e até críticos de  cinema de nível internacional tem se manifestado positivamente em relação à iniciativa. Acho importante destacar a mensagem do Secretário de Estado do Turismo, Celso Caron que diz: “Parabéns pela iniciativa do Lapa Film Commission. É evidente que vai movimentar a cidade gerando empregos, renda e aumento no turismo”.

T.R.: Há outras iniciativas complementares para o setor?

M.A.: Sim, e muitas. Todas interligadas e que interagem de forma perfeita. Um estudo capitaneado pelo Instituto Histórico e Cultural da Lapa e Instituto Borges da Silveira pretende implantar (em parceria com diversos órgãos) um curso técnico de áudio visual, preparando assim os lapeanos para atuar nos diversos setores da indústria do aúdio visual. Também está sendo projetado por nossa iniciativa, através da Secretaria de Cultura do município, com participação muito ativa da secretária Valéria Borges e em parceria com a Secretaria do Planejamento, um estúdio de cinema que está sendo conhecido carinhosamente como “Projaquinho”, em uma alusão ao  PROJAC da Rede Globo de Televisão, situado em Jacarepaguá no Rio de Janeiro.

T.R.: E o Cine Teatro Imperial terá alguma função dentro desse contexto?

M.A.: Fundamental! Tanto para  o curso técnico, como para as produções, os festivais e principalmente para a integração da comunidade lapeana, que através desse privilegiado espaço, terão contato direto com absolutamente tudo que estará acontecendo na área áudio visual.

T.R.: Deixamos o espaço para suas considerações complementares.

M.A.: Agradeço muito a esse “pequeno grande”, que tem acompanhado passo a passo essa caminhada. Gostaria de complementar dizendo que a Lapa está se preparando muito bem  para receber as produções audiovisuais do Paraná, do Brasil e do mundo.  Essa afirmação pode soar ousada. No entanto, dentro do quadro em que vivemos, finalizo com uma frase de ninguém menos que Charles Spenser Chaplin Jr. (um dos maiores, senão o maior gênio do cinema, criador do adorável Carlitos): “Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve, e a vida é muito bela para ser insignificante”.

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