As mudanças da sociedade do próprio Censo

A tecnologia caminha com passos muito rápidos e não percebemos no cotidiano as mudanças. Mas, com o CENSO 2010 é possível perceber como ela está mudando também a administração pública. Não somente pelos dados que estão sendo coletados, mas pela forma como isso está sendo feito.

Órgão ligado ao Ministério do Planejamento, o IBGE vem medindo as transformações sociais no país a cada 10 anos, desde a sua criação no país, em 1937. Neste ano, o Censo Demográfico espalhou pelo Brasil quase 200 mil recenseadores. A tarefa é visitar 58 milhões de domicílios, das grandes cidades aos lugares mais distantes e de difícil acesso no país, e perguntar, em cada residência, quantas pessoas moram ali, quem são elas, como é formada a família, o que fazem, como vivem… As respostas, que pela primeira vez, também poderão ser dadas pela internet, vão revelar um novo retrato da população e do Brasil. Quantos somos, o que somos, quem é rico, quem é pobre, o número de jovens, de idosos, quem trabalha, quem estuda, o nível de renda, moradia, transporte, a situação da saúde, saneamento. O número de casamentos por ano, o número de divórcios e muitos outros dados que ajudam a conhecer hábitos, problemas e necessidades da população. Dos computadores do IBGE vai sair uma nova base de dados, que os novos governantes poderão usar para criar as suas políticas públicas e que a iniciativa privada também poderá usar para orientar investimentos e desenvolver novos produtos e serviços.

O Censo Demográfico 2010 terá seus resultados conhecidos em dezembro deste ano. Até agora os recenseadores já visitaram 17% dos domicílios e coletaram informações de 33 milhões de pessoas. E os primeiros balanços já mostram um país bem diferente do recenseado dez anos atrás.

E a Tribuna Regional está entre os 17% já visitados. Na semana passada, um recenseador visitou a redação. As perguntas foram respondidas e enviadas para o IBGE no mesmo momento. Se os dados já mudaram em 10 anos de intervalo de Censo, o que dizer das mudanças na forma de realizar o Censo, depois de 40 anos?

Em 1970, Suzana Gorniski trabalhou como supervisora do Censo na cidade de Marechal Cândido Rondon e seu esposo, Aramis, foi supervisor no município da Lapa. Segundo ela, “era um serviço todo manual, com formulários imensos que os recenseadores preenchiam e nós, supervisores, tínhamos que tabular, conferir manualmente, datilografar e enviar pelo Correio para que em Curitiba fossem feitas a somas do Estado”.

Tudo isto fazia muito volume, com muitas fichas. Os recenseadores precisavam carregar um volume grande de fichas, algumas precisavam ser refeitas, tendo que voltar até o endereço.

Mas, Suzana conta que o trabalho foi gratificante, pois teve uma grande recompensa: “Era um trabalho bem estressante, mas compensador, pois graças a este trabalho encontrei minha cara metade e vivemos muito felizes por trinta e sete anos”, diz.

E, diferentemente de hoje, com o auxílio da tecnologia, quando teremos o resultado já no mês de dezembro, 6 meses após o início dos trabalhos, em 1970 os resultados ficavam prontos quase dois anos após o início do recenseamento.

“Nos idos de 1970 nunca imaginávamos que em quarenta anos teríamos esta agilidade. Como será então daqui a 40 anos?”, questiona Suzana.

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