Humanização na medicina: questão a se pensar entre médico e paciente

No dia 18 de novembro comemorou-se o dia do médico. Para abordar o tema e parabenizar todos os profissionais pela data, conversamos com o médico pediatra Dr. Edar, que atua há 33 anos na profissão e atende na Maternidade Humberto Carrano e no Hospital Regional da Lapa São Sebastião.

E para abordarmos o tema medicina, é necessário antes de mais nada lembrar que o trabalho do médico envolve diretamente a relação humana, o cuidado com o próximo.

Segundo Dr. Edar não existe uma cadeira específica nas faculdades de medicina abordando o tema humanização. “As maiores aulas vêm de alguns professores. Ainda não existe um rumo certo para o assunto humanização. Já se fala em tratamentos paliativos para doentes terminais, isso já é um passo em direção à humanização”, afirma.

Apesar de o profissional da medicina ser de tanta importância em qualquer local, no interior a carência de médicos é maior, assim como em outros setores. “Há uma dificuldade de que o profissional médico recém-formado venha para o interior. Mas a situação tem se suavizado a partir do momento em que se criam pólos de especialidade do atendimento. Já existe uma grande população médica nestes pólos”, afirma Dr. Edar.

Outra questão preocupante é a carência de médicos especialistas em Clínica Geral e Pediatria. Preocupação esta que não é somente da população, mas da Sociedade Brasileira de Pediatria também, pois há anos seguidos cursos de especialização na área não completam turmas. Segundo Dr. Edar, há uma explicação possível: “Nós estamos notando que ultimamente, o pessoal que sai da faculdade buscando especialização procura áreas que envolvem maior tecnologia. E clínica geral e pediatria são áreas em que menos tecnologia existe. Ainda utiliza-se o sistema da conversa com o paciente, de poucos instrumentos, exames laboratoriais básicos. É mais o uso do estetoscópio, da observação do paciente”.

A população é a mais afetada pela falta destes profissionais. Principalmente a parcela mais carente. Para buscar amenizar a situação, Dr. Edar acredita que é preciso investir em melhores condições de trabalho: “Eu não me refiro apenas a salário. Salário faz parte. Mas há uma grande oferta de empregos nestas áreas. Então o profissional opta pelo local que lhe oferece melhores condições para atuar”.

Como médico, Dr. Edar deixa uma mensagem aos seus colegas de profissão e aos pacientes: “Para os meus colegas médicos eu teria a dizer o seguinte. Atender com dignidade todos os pacientes, sem distinção de espécie alguma. Atender com dignidade todo e qualquer paciente que chegue até nós. E para a população eu gostaria de sugerir que se pense com carinho naquele que zela pela saúde de cada pessoa”.

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