Celular e condução de carroça não combinam

Pode parecer inusitado, mas o exemplo de respeito às leis e a preocupação com a segurança veio de um condutor de carroças no interior da Lapa.

A Lei 9.503 de 23 de Setembro de 1997 instituiu o Código de Trânsito Brasileiro. E, segundo o Artigo 252, inciso VI, dirigir o veículo utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefonia celular é considerada infração média, com 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 85,13. Mas, muitas pessoas ainda são flagradas dirigindo seu veículo e falando ao celular.

No entanto, um fato chamou a atenção do Soldado Afonso, da Patrulha Escolar e do Proerd, no dia 16 de outubro. Ao sair da Escola Arthur da Costa e Silva, no Feixo, em patrulhamento pela estrada rural que vai de Lapa à Balsa Nova, ele se deparou com uma carroça parada à beira da estrada. O seu condutor estava falando ao celular.

“Curioso, logo à frente fiz meia volta e abordei o cidadão. Ele ficou muito nervoso, pois não sabia o motivo da abordagem de um policial”, conta Afonso, que identificou-se e logo foi explicando o motivo de estar ali. Era um senhor muito simples e também muito educado. Ele respondeu ao policial: “Estou com algumas ferramentas aqui na carroça e fiquei nervoso quando vi a viatura da polícia voltando… É que estou indo buscar lenha e a minha mulher ligou no meu celular. Então parei a carroça para atender, pois não tenho muito estudo, estudei só até a quarta série, mas sei que não consigo controlar a carroça e atender o celular ao mesmo tempo. É perigoso e ainda tem a segurança da minha filha que está aqui comigo”.

Esta foi a preocupação de um senhor, condutor de uma carroça, em estrada rural do município da Lapa. Um exemplo de consciência sobre segurança, sua e de sua família. Consciência esta que falta a muitos motoristas da zona urbana da Lapa e demais municípios.

Pesquisa

Dirigir falando ao celular – mesmo com um aparelho com fones, que deixa as mãos livres – é tão perigoso quanto dirigir bêbado, concluiu um estudo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. A conclusão do estudo foi baseada em testes com 40 pessoas, dirigindo um simulador de carro em duas situações: usando um celular hands-free (mão livres), e depois de tomar suco de laranja com vodka e atingir o grau etílico mínimo considerado ilegal nos Estados Unidos (0,08% de álcool no organismo).  Os resultados mostraram que o celular hands-free e a bebida tiveram o mesmo grau de impacto sobre o motorista, levando os pesquisadores a questionarem a legislação que permite o uso dos dispositivos nos Estados Unidos.

Os testes mostraram ainda que os motoristas que falavam ao celular com os fones não só dirigiam mais devagar, mas também eram 9% mais lentos para apertar o freio e apresentavam 24% mais desvio na trajetória. Eles também eram 19% mais lentos para retomar a velocidade normal depois de uma parada e apresentavam maiores chances de colidir. Três participantes do estudo bateram o carro. Os três falavam ao telefone e nenhum estava bêbado.

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