Policial acusado de agredir menor em Contenda

Pais de aluno agredido levaram os fatos ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município, requerendo encaminhamento ao Ministério Público.

Um incidente no município de Contenda, ocorrido no dia 23 de novembro, deixou o casal Altair de Fátima Taborda Padilha e Vera Lúcia dos Santos Padilha indignados.

Segundo a versão do casal, naquela data, “por volta das 12h, na localidade do Habitar Brasil, as crianças e adolescentes presentes no Transporte Escolar de Contenda, linha Pedro Machado, na volta do período escolar, começaram a cantar no referido ônibus, numa menção ao motorista João, chamando-o de “Índio”, e batendo palma, numa atitude normal, sem ser ofensivo ao mesmo motorista”.

De acordo com o relato de Altair, o motorista tomou como atitude ligar para o responsável pelo transporte, que o orientou a parar o ônibus e entrar em contato com o Conselho Tutelar da cidade. Os representantes do Conselho chamaram a Polícia Militar, contatando os Soldados Marcos e Valachinski, para apoio na situação.

Ainda segundo declaração do casal Altair e Vera Lúcia, os Policiais chegaram ao local e entraram no veículo “impondo medo nas crianças e adolescentes, chutando os bancos do ônibus e reprimindo de forma violenta a situação”.

O aluno D. N. P., de 15 anos de idade, filho do casal, estava sentado no banco do transporte coletivo e alegou ao amigo que “iria sobrar para eles”. Neste momento, segundo os pais, foi dado um golpe na face do menor, causando ferimento em seu supercílio esquerdo. A reação do garoto foi dizer ao Policial que “nem o meu pai me bate, seu mané”. Depois disso, de acordo com os pais, o Policial deu mais diversos golpes na face do menor.

Em relação à atitude do Conselho Tutelar, Altair e Vera Lúcia declararam que a Conselheira Ana Paula Stancyck falou aos Policiais Militares, ordenando que os “já poderiam parar, que já estava bom, que chega”. E, falando aos demais alunos: “que isto sirva de exemplo para eles, que de agora em diante seria desta maneira”. Segundo os pais do menor agredido, esta atitude da conselheira impôs medo e causou total constrangimento aos alunos.

Após a agressão, contaram os pais, o menor fora conduzido arrastado até a viatura para a Delegacia de Polícia de Contenda, algemado e no camburão, em companhia ao outro menor que também fora espancado pelos policiais militares. Segundo Altair, “arrastado do ônibus os Policiais Militares ainda queriam bater nos menores, sendo impedidos pelo Conselheiro Tutelar, o Sr. Adalberto Fila, numa atitude louvável, que deveria ser seguida por sua companheira”.

A mãe do menor, Vera Lúcia, declarou ter falado para o Soldado Marcos que ele não precisava ter batido no seu filho. Segundo ela, neste momento o Soldado levantou, colocou a mão na arma e disse: “bato no filho e bato no pai também”. Diante disso, ela teria respondido: “bate em mim então”. Com isso, o Soldado Marcos teria se sentado e continuado a preencher o Boletim de Ocorrência.

Atitudes

Diante de tais fatos, o casal Altair e Vera Lúcia tomaram atitudes, pedindo esclarecimentos e providências em relação à situação tanto perante a Polícia Militar como ao Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de Contenda, que encaminhará os fatos ao Ministério Público.

No dia 25 de novembro, Vera Lúcia se dirigiu à Agência Regional de Inteligência do Comando do Policiamento Interior, onde lavrou um Termo de Declaração, de número 023/2010, relatando os fatos.

Já o pai, Altair, se dirigiu, no dia 1º de dezembro, ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de Contenda, contando o ocorrido e requerendo que “sejam tomadas com rigor, todas as medidas administrativas competentes ao caso em tela, em relação à Digníssima Conselheira Tutelar, Sra. Ana Paula Stancyck”. O pai colou-se à disposição do Conselho para quaisquer situações e diz contar com a instituição “para que não ocorram novas situações desta Conselheira Tutelar, que possam colocar em risco outras crianças e/ou adolescentes, como ocorreu com meu filho, esperando a mais cristalina justiça”. E, por último, Altair solicitou que seja informado o Representante do Ministério Público da Comarca da Lapa sobre os fatos.

Envolvidos

A redação da Tribuna buscará trazer, na próxima edição, os pronunciamentos dos acusados a respeito do ocorrido, visto que as informações trazidas foram dadas pelos pais do menor agredido.

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