E então… Quente ou frio? Dia ou noite? Praia ou montanha? Doce ou salgado? Alto ou baixo? Claro ou escuro?
Qual é sua escolha entre as opções acima?
Você já parou para refletir sobre as escolhas que você faz ou deixa de fazer constantemente?
Dê uma olhada ao seu redor e procure entender que sua vida agora mesmo é o resultado de todas as escolhas que fez ou deixou de fazer no passado.
Você pode gostar ou não do que vê. Mas, e quando os outros não gostam do que enxergam? Até que ponto os outros podem ou não influenciar as suas escolhas, a sua vida, a sua vontade de experimentar a vida?
A Lapa – talvez por ser cidade pequena, talvez pela sua história – é um município tradicional, convencional. Aqui ainda se preza pela “moral e pelos bons costumes”. Ótimo para quem quer viver de acordo com regras sociais. Ótimo para quem gosta do convencional e não quer a liberdade de experimentar a vida.
Antes que me interpretem mal, experimentar a vida não precisa ser interpretado como transgressão. É viver, ter novas experiências, quebrar padrões que há tempos precisam ser modificados. A vida muda, a sociedade muda, o mundo evolui. Não tão rápido quanto gostaríamos, mas evolui.
Mas, afinal, porque falar dessas coisas? Aonde você quer chegar, o leitor deve estar se perguntando.
Nessa semana a Lapa recebeu o título de Capital Brasileira da Cultura. Com isso, vários eventos vão surgindo para enaltecer o que o município, seu povo, tem de melhor. E, cada um que conta um pouco do que sabe desta terra, conta com um brilho nos olhos que é apaixonante de ver.
Na cerimônia da entrega do título, no Cine Teatro Imperial, Nádia Burda apresentou mais uma vez, junto com seus colegas atores, a peça “Nós Somos a Lapa”. E, tanto ela como o grupo, demonstraram no brilho de seus olhos a paixão por este município, pela cultura e história deste povo.
Lindo, empolgante. E é disso que a Lapa precisa. De pessoas que vendam a nossa cultura com os olhos brilhando de paixão. Que acreditem no que temos de melhor para oferecer.
Sim. Tudo bem. Mas, e o que isso tem a ver com experimentar a vida? Tudo, leitor.
Se nos permitirmos experimentar a vida traremos novas experiências a esta terra que tem tanto a mostrar, a contar. Perceberemos novas formas de pensar, de perceber o mundo.
A vida está aí para ser vivida. Quantos pessoas amarguradas estão aí, olhando os casarões da cidade e vivendo do passado, amarrados às tradições, a concepções que há tempos já deveriam estar enterradas? São felizes? A minha resposta seria não. Pois, muitos deles observam aqueles que agem de acordo com o coração e afiam as línguas para criticar suas atitudes.
Então, para estas pessoas, fica o recado: você fez suas escolhas. A escolha de viver uma vida morna, sem experimentar o leque de sensações e oportunidades que a vida oferece.
A Lapa tem muita cultura para ser mostrada. Mas, é preciso que existam mais pessoas que seguem o coração, que falam com o coração, para divulgá-la. Pois a Lapa é e pode ser muito mais do que o Centro Histórico preservado, que a culinária de dar água na boca. A Lapa é o seu povo, que precisa “abrir a cabeça” para novas concepções, para mostrar ao mundo o que se tem de melhor aqui. Mas, sem preconceitos e com os braços realmente abertos para aqueles que querem contribuir para o município. Mesmo não sendo de uma família tradicional ou que tenha pensamentos totalmente libertários.
A diversidade ventila a sociedade! E os nossos casarões precisam mais do que nunca de um novo sopro de vento.
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“…Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar…” (Clarisse Lispector)